Governo contra-ataca Moody`s numa carta - TVI

Governo contra-ataca Moody`s numa carta

«Superficial», «arrogante» e «deplorável»: é desta forma que o IGCP classifica a decisão da agência de notação financeira sobre o rating de Portugal

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[Última actualização às 11h]

Depois do ataque da Moody`s, o contra-ataque do Governo. O Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público escreveu uma carta aos mercados, pedindo aos investidores para ignorarem a decisão daquela agência de notação financeira sobre o rating de Portugal, que foi atirado para o «lixo».

São vários os adjectivos depreciativos utilizados para classificar a posição da agência: «A análise da Moody`s é superficial, baseada mais em opinião do que em evidência e demonstra alguma arrogância por não ter em conta algumas das conclusões da troika após um trabalho mais profundo e uma lista de contactos muito superior», lê-se na missiva divulgada esta sexta-feira nas edições do jornal «Público» e «Diário Económico».

A machadada no classificação da República indignou também o Banco Central Europeu. Está em causa uma «declaração tão severa» - um corte de rating em quatro níveis - sem que aquela agência de notação financeira tenha falado com «qualquer membro do novo Governo e mesmo antes de avaliar os riscos da execução orçamental!», acusa a carta assinada por Maria Luís Albuquerque, segundo o «Público». Ela é a actual coordenadora da Área de Gestão da Dívida e de Liquidez do instituto que gere a dívida pública, um organismo na dependência do Ministério das Finanças.

O Governo entende assim que a Moody`s se precipitou e tomou uma decisão «deplorável». A agência «não deu o benefício da dúvida». O Executivo espera que os mercados não sigam o mesmo caminho e confiem na determinação do Governo.

Daí que se comprometa a continuar empenhado na aplicação do acordo assinado com a troika, que prevê, em troca, um resgate financeiro de 78 mil milhões de euros.

«A República Portuguesa continua comprometida com a máxima transparência com a comunidade de investidores que, acreditamos, pode analisar a economia portuguesa além destas avaliações, devemos chamá-los de opiniões, de uma publicação individual», diz ainda o IGCP na carta a que a também a Lusa teve acesso.
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