Nervosismo: juros da dívida dispararam para 7,28% - TVI

Nervosismo: juros da dívida dispararam para 7,28%

Banco central da Suíça deixou de aceitar dívida de Portugal

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[Actualizada às 13h10 com máximo do dia]

Os juros da dívida portuguesa a 10 anos voltaram a disparar esta sexta-feira. Desta vez acima dos 7,2%, com o mercado a especular que nos leilões da próxima semana os investidores exijam juros mais elevados.

Às 9h39, os juros das Obrigações do Tesouro a 10 anos subiam para 7,282%, depois de já terem negociado num valor mínimo do dia 7,047%, de acordo com informação da agência «Reuters».

A subida dos juros intensificou-se desde ontem, depois de o Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP) ter anunciado a realização de um leilão de dívida pública de longo prazo para dia 12, quarta-feira, e depois de o Governo português ter garantido que cumpriu a meta do défice de 7,3%, em 2010. Recorde-se que Espanha e Itália também têm leilões marcados para a próxima semana.

O «Jornal de Negócios» escreve na sua edição desta sexta-feira que o banco central da Suíça deixou de aceitar dívida de Portugal. Ou seja, a dívida da República já não serve como garantia para financiamento por parte do Banco Nacional da Suíça (BNS) desde 2009, devido aos ratings do País.

Na Alemanha, que serve de termo de comparação, as yields da mesma maturidade negoceiam abaixo dos 3%, nos 2,92%, o que leva o spread, ou seja, a diferença entre o que os investidores cobram para comprar dívida portuguesa e o que cobram para adquirir dívida alemã a ultrapassar os 432 pontos base.

Portugal está também a agravar a dívida pública espanhola por causa da situação das contas do Estado que, por efeito de contágio, colocam pressão sobre a dívida soberana de Espanha, escreve hoje o diário espanhol «El País».

«As dúvidas sobre Portugal e as especulações de que o país vai acabar por ter de recorrer ao apoio dos seus parceiros do euro para solucionar os problemas de financiamento da economia portuguesa está a aumentar a pressão sobre a sua dívida, estendendo-se a Espanha», onde os juros, da mesma maturidade, já chegaram a um máximo do dia nos 5,58%.

Recorde-se que o valor dos 7% foi dado pelo ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, a 9 de Outubro como referência para uma eventual intervenção do FMI no país. Mas este valor já foi ultrapassado a 11 de Novembro, quando os juros atingiram um recorde de 7,51%.

Custo de segurar dívida portuguesa aumentou 442,6% em 2010
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