Juros da dívida portuguesa ultrapassam barreira dos 7,14%

[Actualizada com valores mais recentes às 17h00]

Os juros da dívida portuguesa a 10 anos voltaram esta quinta-feira a superar a fasquia dos 7%, com o mercado a antecipar que nos leilões da próxima semana - que vão ocorrer em Portugal, Espanha e Itália - os investidores cobrem juros mais altos.

A escalada dos juros fez-se sentir no mesmo dia em que o Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP) anunciou a realização de um leilão de dívida pública de longo prazo para o próximo dia 12, quarta-feira. No total, o Estado espera conseguir arrecadar entre 750 e 1.250 milhões de euros no leilão.

Os juros das Obrigações do Tesouro a 10 anos subiram esta quinta-feira para os 7,143%, às 16h58, depois de terem chegado a tocar num mínimo do dia nos 6,75%, o que compara com os 6,22% do fecho de ontem, de acordo com informação da agência «Reuters».

Juros vão continuar «imparáveis»

Na Alemanha, que serve de termo de comparação, os títulos da mesma maturidade negoceiam abaixo dos 3%, nos 2,90%.

O spread, ou seja, a diferença entre o que os investidores cobram para comprar dívida portuguesa e o que cobram para adquirir dívida alemã é já de 424.5 pontos base.

Recorde-se que o valor dos 7% foi dado pelo ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, a 9 de Outubro como referência para uma eventual intervenção do FMI no país. Esta barreira psicológica já foi ultrapassada a 11 de Novembro, quando os juros atingiram um recorde de 7,51%.

A subida acontece no dia em que o Executivo português anunciou que cumpriu a meta do défice de 7,3%, em 2010, e depois de ontem o Estado português ter pago caro para vender 500 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro com prazo a seis meses. A taxa média ponderada da emissão subiu para 3,686%.