«Taxas de juro sobre dívida de Portugal e Espanha são absurdas» - TVI

«Taxas de juro sobre dívida de Portugal e Espanha são absurdas»

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Rompuy admite que «recuperação é desigual» o que agrava dinâmica da dívida pública

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O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, pediu esta quinta-feira confiança na capacidade de Portugal e Espanha reequilibrarem as contas públicas e eliminarem o défice, declarando «absurdos» os juros actuais sobre as obrigações.

Nobel da Economia critica «sucesso» do Governo

«É concretizável, é concretizável», insistiu, durante uma palestra em Londres, onde o político belga lembrou a experiência enquanto ministro do Orçamento belga, nos anos 1990.

Na altura, vincou, a dívida pública era de 135% e os juros altos, mas não se lembra de ninguém lhe perguntar sobre a capacidade de a Bélgica financiar a própria dívida. «Ao fim de seis anos, deixei funções com o orçamento equilibrado e um excedente primário de 5 ou 6% do PIB», afirmou citado pela Lusa.

Rompuy diz ver «a mesma determinação na Grécia, Irlanda, Espanha, Portugal e em outros países», que têm agora de cumprir as metas a que comprometeram. «Quando se mostra essa determinação não apenas através da retórica mas também através dos resultados, é possível ter mais confiança naqueles países», salientou.

O mesmo responsável considerou, durante a palestra, «estranhos» os recentes desenvolvimentos dos mercados, onde os spreads do risco de incumprimento para alguns países da Zona Euro são maiores do que para países emergentes como a Ucrânia ou a Argentina.

«Isto é verdadeiramente absurdo», denunciou, enumerando as previsões optimistas para a economia na Zona Euro, que cresceu 1,7% em 2010 e que se espera que cresça 1,5% e perto de dois por cento em 2011 e 2012, respectivamente.

Admitiu que «a recuperação é desigual e há problemas em alguns países membros que enfrentam desafios em termos de competitividade e baixo crescimento».

Isto, continuou, agrava a dinâmica da dívida pública naqueles países e levanta preocupações nos mercados mas reiterou que os problemas estão a ser enfrentados através de programas de ajustamento, seja de consolidação orçamental ou de reformas estruturais.

«Este é o caso em Portugal e Espanha e, tal como na Grécia e Irlanda, assegurámos que as necessidades financeiras para os próximos anos estão completamente pelo pacote de apoio da UE e FMI», rematou.
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