Alemanha: fundo europeu vai ficar pelos 750 mil milhões - TVI

Alemanha: fundo europeu vai ficar pelos 750 mil milhões

Angela Merkel na cimeira que juntou os líderes europeus

Líderes da Zona Euro reúnem-se esta segunda-feira. Nem críticas de Durão Barroso demovem Merkel e o seu Governo

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[Notícia actualizada às 8h30 com mais informação]

A Alemanha continua a fazer braço de ferro em relação a quem pretende aumentar o fundo europeu de resgate que tem agora 750 mil milhões de euros, pelo que nem as críticas de Durão Barroso à oposição alemã, demovem Merkel e o seu Governo deste propósito. Berlim considera que é preciso apenas «tornar mais eficaz» este mecanismo.

«O fundo vai ficar pelos 750 mil milhões de euros disponibilizados pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional», afirmou este domingo o ministro das Finanças alemão, ao jornal Frankfurter Allgemeine am Sonntat. Wolfgang Schaeuble diz que Durão Barroso está «a complicar».

Estas declarações surgem precisamente um dia antes da reunião do Eurogrupo - que junta os 17 ministros das Finanças da Zona Euro - a realizar-se esta segunda-feira. O reforço do fundo europeu vai estar em cima da mesa de discussão, não se esperando, no entanto, decisões finais sobre esta matéria.



Já a chanceler Angela Merkel exigiu «uma estratégia global» para superar a crise das dívidas soberanas de alguns países da moeda única, nomeadamente Portugal.

«Não devemos sublinhar todos os dias um aspecto isolado do problema, no que se refere à defesa do euro», disse Merkel, citada pela Lusa, à margem de uma reunião em Mainz (Renânia-Palatinado) do seu partido, a União Democrata-Cristã (CDU).

«Já que estamos a debater um novo pacote de medidas, é importante, sobretudo, que se elabore uma estratégia global, e que esta inclua uma maior coordenação das políticas económicas».

Apesar de rejeitar o aumento do fundo de resgate, o Governo alemão pondera tornar mais eficiente o mecanismo de ajuda aos países em dificuldades financeiras, a que até agora só recorreu a Irlanda.

A proposta avançada pelo ministro das finanças alemão contempla a possibilidade de reforçar as garantias bancárias dadas pelos países da zona euro, para se atingirem, de facto, os 440 mil milhões que estes se comprometeram a libertar.

Para isso, é necessário ampliar o volume das referidas garantias, de modo a que a emissão de títulos para obter empréstimos destinados a países requerentes atinja a taxa máxima de rating AAA.

«A mecânica do fundo só permite chegar aos 440 mil milhões de euros se houver mais reservas de capital que permitam um financiamento favorável nos mercados, com base na taxa de rating AAA», disse Schaeuble.

Tanto o Banco Central Europeu como o presidente da Comissão Europeia, voltaram esta semana a defender um aumento das verbas do fundo de resgate, para aliviar a pressão dos mercados e os elevados juros que estão a cobrar a países com dificuldades orçamentais, como no caso de Portugal.

A flexibilização do fundo poderia permitir a sua utilização noutras condições para além das estipuladas aquando da sua criação, por exemplo para comprar dívida pública, segundo uma fonte comunitária, citada pela Lusa.
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