Cimpor: PS quer CGD fora da OPA da Camargo - TVI

Cimpor: PS quer CGD fora da OPA da Camargo

Basílio Horta considera que a OPA podia ser um «bom» investimento, desde que concretizado noutras condições

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O PS apelou esta segunda-feira ao Governo para que não permita que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) venda a sua participação na Cimpor na OPA da Camargo Corrêa, alegando que a operação vai desmembrar a cimenteira.

«Tal como tínhamos dito, esta operação da Camargo Corrêa sobre a Cimpor tem por efeito o desmembramento da empresa. A Camargo Corrêa, de uma forma muito clara - e ainda bem que o fez -, diz que vai pagar os 21 por cento que a Votorantim tem na Cimpor em ativos desta empresa», disse o deputado socialista Basílio Horta.

No domingo, a InterCement (empresa detida pela Camargo Corrêa que anunciou a oferta) afirmou, em comunicado, que vai propor à administração da Cimpor e da Votorantim várias permutas no âmbito da Oferta Pública de Aquisição (OPA).

A primeira é a transmissão da InterCement para a Cimpor «dos ativos e operações de cimento, betão e agregados do grupo Camargo Corrêa na América do Sul e em Angola», dando a cimenteira em troca os ativos na «China, Espanha (com exceção da Cimpor Inversiones e da Cimpor Sagesta), Índia, Marrocos, Tunísia, Turquia e Peru».

Além disso, é ainda proposta a transmissão pela InterCement para a Votorantim dos ativos recebidos no âmbito da permuta anterior pela troca das ações que detém na cimenteira portuguesa.

O deputado do PS considera que, caso a operação se concretize nestes moldes, a «Camargo Corrêa e a Votorantim livram-se de um grande concorrente»: a Cimpor.

«A Cimpor fica uma empresa regional e a Votorantim fica senhora de todas as outras fábricas espalhadas pelo mundo», disse Basílio Horta.

O deputado do PS apelou ao primeiro-ministro e aos ministros das Finanças (com a tutela da CGD) e dos Negócios Estrangeiros para que «não permitam» que o banco público venda os 9,6 por cento que detém na cimenteira portuguesa nas condições propostas, defendendo que esta participação é «vital» para que a oferta tenha êxito.

A CGD já mostrou disponibilidade para vender a sua participação na Cimpor.

Basílio Horta considera que a OPA podia ser um «bom» investimento, desde que concretizado noutras condições: «Se a Camargo Corrêa quiser pagar à Votorantim em dinheiro, se se comprometer a manter a unidade e pagar um preço justo, nessa altura é muito bem-vindo».
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