Crise: vai haver menos barcos a atravessar o Tejo

As ligações fluviais entre as duas margens do Tejo operadas pelo Grupo Transtejo (Transtejo e Soflusa) vão sofrer entre duas e cinco reduções por dia, dependendo do percurso, num plano para poupar dinheiro mas com o menor impacto possível.

O presidente do Grupo Transtejo, João Pintassilgo - que apresentou esta quarta-feira o plano de reduções aos sindicatos e estruturas representantes dos trabalhadores - disse à Lusa que «os cortes não foram feitos de uma forma cega ou aleatória», mas sim com «uma análise profunda» que vise ter «o menor impacto para os passageiros», não havendo sequer cortes nas horas de ponta.

De acordo com o plano apresentado, que a Lusa teve acesso, na ligação da Soflusa entre o Barreiro e o Terreiro do Paço, haverá menos três carreiras diárias(seis contabilizando ida/volta), menos oito ao Sábado e menos 11 ao Domingo.

No caso do Barreiro/Terreiro do Paço, João Pintassilgo explicou que será suprimida a carreira das 06H30, que passará a realizar-se juntamente com a das 06H35, evitando assim que dois navios se desloquem com pouco mais de 200 passageiros cada, podendo concentrá-los apenas numa viagem.

Na ligação Cacilhas/Cais do Sodré haverá uma redução de quatro carreiras por dia (oito ida/volta), menos nove ao Sábado e menos nove ao Domingo.

A ligação entre o Montijo e o Terreiro do Paço também será reorganizada, passando a haver menos duas viagens diárias durante a semana, menos duas ao Sábado e menos uma ao Domingo.

A maior redução está prevista para a travessia Seixal/Cais do Sodré, com menos cinco viagens diárias durante a semana, menos seis ao Sábado e menos seis ao Domingo.

A ligação Trafaria/Belém, que esteve para ser desactivada na primeira versão do Plano Estratégico de Transportes, mantém-se, sofrendo uma redução de duas viagens durante a semana, menos três ao Sábado e menos três ao Domingo.

No caso das reduções entre o Barreiro e o Terreiro do Paço, o Grupo Transtejo prevê uma poupança em combustíveis e manutenção de cerca de 450 mil euros/ano, disse o seu presidente, que não avança para já números sobre a poupança com o total das reduções. Garante, apenas, que ficará muito abaixo do que estava previsto no Plano Estratégico, uma vez que os cortes «são muito inferiores».

João Pintassilgo admite que as reduções e ajustamentos que vão ser impostas poderão também provocar uma redução do número de trabalhadores, como temem os sindicatos, mas diz que isso só poderá ser percebido depois de uma «profunda análise do impacto» das novas escalas que a empresa irá fazer.