G20: países do euro aceitam integração bancária

Os membros da União Europeia (UE) no G20 acordaram dar início à integração do sistema bancário na Zona Euro, revela a declaração conjunta emitida ao final do dia de terça-feira em Los Cabos, no México.

«Apoiamos a intenção de considerar passos concretos no sentido de uma arquitetura financeira mais integrada, que abranja a supervisão bancária, a recapitalização e os seguros de depósitos», lê-se na declaração conjunta.

Este acordo foi um dos pontos altos da cimeira do G20 em Los Cabos, em que a Europa esteve sob forte pressão para aceitar alterar a estratégia para combater a crise de dívida.

Alemanha, França, Itália e Espanha vão participar no encontro dos 27 Estados europeus, na próxima semana, com ordens para começarem a desenvolver um novo enquadramento regulador e de partilha dos riscos.

O G20 refere ainda que os membros da zona euro presentes na cimeira de Los Cabos vão «tomar todas as medidas necessárias» para estabilizar a moeda única, incluindo passos para «quebrar o ciclo» que tem afundado os governos em dívida e mais dívida para resgatar os seus bancos.

Os Estados Unidos, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu apelaram a uma maior integração bancária na Europa, na esperança de que isso aumente a confiança nos bancos dos países em mais dificuldades.

Uma união bancária, com garantias europeias sobre os depósitos e uma autoridade central próxima dos bancos, é vista como uma solução para promover o fluxo de liquidez no sistema bancário e dar mais confiança à banca para que conceda crédito.

As 20 potências mais poderosas do mundo deixaram, no entanto, um recado à banca europeia, de que o futuro será de maior controlo de forma a evitar problemas como os que enfrentam atualmente vários países.

Se, por um lado, a pressão sobre o Governo espanhol para pedir o mais rapidamente possível ajuda para o seu setor bancário é cada vez maior quer no seio da União Europeia quer em instituições internacionais como o G20, os líderes das 20 economias mais desenvolvidas querem evitar a todo o custo mais problemas nas finanças europeias.

Apesar dos sinais de confiança numa solução da crise, como a dada por Barack Obama, o documento final da reunião, além da manifestação de apoio claro à União Europeia para enfrentar a crise, prevê uma maior integração fiscal e bancária.

Na cimeira do G20 ficou ainda acordada a adoção de medidas para promover o crescimento equilibrado em todo o mundo, a dotação de mais recursos para o FMI (450 mil milhões de euros) poder atuar em situações de crise e preservar a «estabilidade financeira global», o combate ao protecionismo comercial e iniciativas concretas em prol da segurança alimentar.