FMI e G20 pedem austeridade moderada na UE - TVI

FMI e G20 pedem austeridade moderada na UE

Contas públicas europeias têm de ser reequilibradas, mas não a qualquer custo. A economia tem de ser ajudada

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São cada vez mais as vozes que apelam a uma austeridade moderada na Europa.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) diz que a situação atual do Velho Continente exige novas iniciativas públicas mais favoráveis ao crescimento, medidas que devem ser resultado de um «reequilíbrio orçamental subtil».

Num documento de trabalho divulgado pelo FMI, intitulado «Encorajar o crescimento na Europa hoje», e citado pela Lusa, afirma-se que «a estagnação da economia e os ventos cíclicos contrários que se observam atualmente exigem uma abordagem que apoie mais o crescimento» do que as reformas estruturais já implementadas.

Os Estados europeus e a União Europeia (UE) tomaram «medidas sem precedentes» para acalmar a tormenta, mas estas vão revelar-se ineficazes se o crescimento, «que já estava estagnado antes da crise», não melhorar significativamente, consideram os autores do documento de trabalho, numa nota cujas perspetivas não vinculam o Fundo.

Os autores propõem «um reequilíbrio das contas públicas rápido, onde a pressão dos mercados é dura e, depois, progressivo, que permita o funcionamento dos estabilizadores automáticos», bem como «a elaboração de um reequilíbrio orçamental tão favorável ao crescimento quanto possível».

O pacto orçamental acordado pelos países europeus é, considera o documento, «um pilar essencial da estratégia de crescimento», mas «é preciso refletir sobre a oportunidade que vai colocar de substituir os objetivos específicos atuais, pró-cíclicos, por objetivos estruturais de equilíbrio».

Também esta semana, os 20 países mais desenvolvidos do mundo vão apelar para um alívio da austeridade orçamental na Europa, tendo em conta a degradação da conjuntura, afirmou na segunda-feira, em Los Cabos (México), a subsecretária do Tesouro norte-americana.

«Vemos uma mudança no discurso europeu quanto à importância crítica do apoio à procura e ao crescimento do emprego», disse Lael Brainard, em conferência de imprensa.

«De uma forma importante, há um reconhecimento da necessidade de avaliar os planos de consolidação dos orçamentos do ponto de vista estrutural. Em suma, de reconhecer a deterioração da conjuntura económica», acrescentou.

O défice orçamental tido como «estrutural» tem em conta os buracos causados nas finanças públicas por uma conjuntura económica difícil. Por isso, em períodos de crise, é menos elevado do que o défice real.

Questionado sobre se a Alemanha apoia esta ideia de aliviar a austeridade, Brainard respondeu: «Sim, percebemos da parte dos nossos parceiros alemães que eles têm em conta a procura no seu pensamento de curto prazo».

«Acreditamos piamente que vão ver isso nos documentos que vão sair do encontro (...) Vamos ver que a forte atenção ao apoio da procura, ao reforço da procura, ao facto de reconhecer que a conjuntura se deteriorou é muito importante para os europeus», afirmou Lael Brainard.

Os países do G20 comprometeram-se, no encontro de Toronto, no Canadá, em 2010, a cortar para metade o seu défice orçamental em 2013, um objetivo que a Alemanha tem vindo a recordar, mas que os Estados Unidos não deverão cumprir.
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