OPA Cimpor: PS quer voltar a ouvir gestão da CGD - TVI

OPA Cimpor: PS quer voltar a ouvir gestão da CGD

Basílio Horta

Partido diz que ainda há questões por esclarecer

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O PS quer voltar a ouvir os gestores da CGD no Parlamento. O partido considera que há questões relativas à Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pela Intercement, detida pela Camargo Corrêa, sobre a Cimpor, que não estão devidamente esclarecidas.

«Já pedimos para que o presidente do conselho de administração [Faria de Oliveira] e o presidente da comissão executiva [José de Matos] voltem à comissão para prestarem esclarecimentos», anunciou aos jornalistas o deputado socialista Basílio Horta, citado pela Lusa.

«Na primeira vez que os responsáveis da CGD [Caixa Geral de Depósitos] estiveram na comissão [do Orçamento e Finanças] disseram que não tinha havido negociações com a Camargo Corrêa, e que teriam tido meras conversas. Mas, entretanto, a CGD já admitiu vender a sua posição, comprometendo-se a aceitar apenas a oferta de uma empresa detida pela Camargo Corrêa. E se aparecer uma OPA [oferta pública de aquisição] concorrente, com alguém a oferecer mais do que oferece a Camargo?», questionou Basílio Horta.

O deputado acrescentou que «a CMVM atribuiu natureza obrigatória à OPA porque entende que houve negociações entre a Camargo Corrêa, a Votorantim e a CGD, tal como o PS sempre disse».

Segundo Basílio Horta, trata-se de uma «oferta não equitativa», pelo que o PS pretende que haja uma auditoria independente sobre a OPA a pedido da CMVM.

«É importante para a proteção dos pequenos acionistas e da própria CGD», frisou, realçando a importância de «o valor ser definido de forma independente».

Basílio Horta criticou abertamente a operação, considerando que a mesma destrói o valor da Cimpor: «Perante os nossos olhos vemos o desmembrar de uma das principais empresas portuguesas. A Votorantim e a Camargo Corrêa, com a ajuda da CGD, vão desmembrar a Cimpor. Pelo menos, que ofereçam um preço justo».

Algumas horas antes, Carlos Tavares tinha dito aos deputados, no decorrer da sua audição na Comissão de Orçamento e Finanças, que o supervisor entendeu que o preço de 5,50 euros por ação oferecido pela Intercement, detida pela Camargo Corrêa, na OPA lançada pela Cimpor não foi negociado entre os acionistas da cimenteira, pelo que considera a contrapartida oferecida legal.

«Decidimos com base nos documentos e pelo que nos foi dito por todas as partes envolvidas. O preço da OPA não foi negociado por dois acionistas. Há apenas uma declaração da CGD de que venderá a sua posição naquele preço ou numa oferta superior», explicou o presidente da CMVM.

«A nomeação de um auditor não nos pareceu fundamental. A contrapartida é legal face à cotação [das ações da Cimpor] nos últimos seis meses», sublinhou.
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