Parlamento Europeu adverte: são precisas reformas - TVI

Parlamento Europeu adverte: são precisas reformas

Debate quinzenal (Lusa)

Medidas de austeridade adoptadas pelo Governo são «importantes» mas sem «reformas estruturais» nada feito

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O presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek, defendeu esta sexta-feira que a austeridade adoptada pelo Governo português é essencial para a estabilidade financeira, mas advertiu para a necessidade de reformas estruturais. Este aviso surge um dia depois de se ter sabido que em Bruxelas correm rumores de que o resgate português vai acontecer em Abril.

«As medidas de austeridade em Portugal são muito importantes para a estabilidade financeira e também para a estabilidade financeira de toda a Zona Euro».

É «um sinal positivo» para a União Europeia que «a oposição em Portugal mostre responsabilidade e apoio às medidas de austeridade», afirmou Jerzy Buzek, citado pela Lusa.

Numa breve declaração à imprensa após reunir-se com o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, o presidente do Parlamento Europeu reforçou que «sem reformas estruturais a longo prazo será impossível sair da crise».

«Temos de criar novos empregos. Sem reformas estruturais não é possível criar novos empregos. Discutimos isso com o líder da oposição e ele concordou inteiramente que são muito importantes».

PSD pronto para governar e fazer reformas

Na conversa com Pedro Passos Coelho, o presidente do PE ficou a saber que o PSD está está preparado para governar porque aquelas medidas [de austeridade] que são patrióticas [o partido] apoiou-as e está disponível para fazer reformas que este Governo não é capaz de fazer», segundo adiantou Paulo Rangel.

Para o PSD, «têm sido dados passos no plano da estabilização financeira mas não tem havido grandes avanços no contexto das reformas estruturais» que «estão praticamente todas por fazer».

«Ainda em Dezembro ouvimos falar de 40 ou 50 medidas para o crescimento e a verdade é que ninguém tem o seguimento do que aconteceu». O PSD denunciou este caso ao presidente do PE como exemplo de que o Governo se «mostra incapaz ou esgotado» para avançar com reformas.

Para Paulo Rangel, é preciso fazer reformas estruturais na «área da Justiça, no mercado de trabalho, nos sistemas públicos de prestações, na saúde na educação», áreas em que disse haver «muito desperdício e muito gasto».

Ajuda externa vem mesmo?

Antes, questionado pelos jornalistas na Assembleia da República sobre a possibilidade de Portugal recorrer a ajuda financeira externa, Jerzy Buzek disse que não gostaria de se pronunciar sobre uma «decisão independente» do Governo português.

Jerzy Buzek transmitiu uma «mensagem de solidariedade e confiança» aos portugueses, afirmando ter tido conhecimento de que o país está a adoptar uma «atitude responsável».

O mesmo dicurso foi adoptado ontem em reunião com o primeiro-ministro quando deixou uma «mensagem de solidariedade ao Governo e ao país», sublinhando que «Portugal vai sobreviver à crise económica» que atravessa.

A Alemanha veio já esta sexta-feira mostrar a sua disponibilidade para ajudar Portugal, mas frisou que o país não está em estado de emergência.
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