Porque BPN não foi privatizado? A culpa é da crise - TVI

Porque BPN não foi privatizado? A culpa é da crise

Francisco Bandeira

Francisco Bandeira explicou o porquê da nacionalização do banco aos deputados

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«Toda a gente sabe o efeito da crise financeira e económica de 2008. Esta crise teve um efeito não na venda do banco, mas na compra do banco». As palavras são do presidente do BPN, na comissão de Orçamento e Finanças, que decorre esta segunda-feira no Parlamento, e surgiram em resposta ao deputado Hugo Velosa, que questionou Francisco Bandeira, que ocupa a presidência do banco desde a sua nacionalização [em Novembro de 2008] sobre o falhanço nas duas tentativas de recolocar o BPN no mercado.

Para Francisco Bandeira a explicação é simples: «Havia três propostas sobre o futuro do BPN. O accionista Estado escolheu uma que, por sinal, era a que nós defendíamos».



Francisco Bandeira adiantou que o buraco do BPN é de 2.000 milhões de euros, com imparidades «em torno de 1.700 a 1.800 euros». O presidente do banco admitiu que a nacionalização vai trazer custos aos cofres públicos, mas que ainda não é possível calcular o seu valor exato.

«Sejamos claros. Haverá no final um custo a suportar pelo Estado e pelos contribuintes. Mas ainda não é possível saber quanto», disse aos deputados Francisco Bandeira.

Já sobre questionado sobre o crédito vencido, Francisco Bandeira disse que este era um «problema que já exista» mas que estava «escondido».



Uma ideia corroborada por Norberto Rosa, administrador do BPN, também presente na comissão: «É apenas um problema aparente, porque ja se sabia. Neste momento, o credíto vencido é na ordem dos 1.900 milhões de euros, o que corresponde a cerca de 100% das imparidades».



«É importante não esquecer que estão dois mil milhões de créditos a contenciosos que não estão em imparidades nem em créditos vencidos», disse Norberto Rosa.



Quanto à fuga de depósitos, verificada em maior número na data da nacionalização do BPN, em Novembro de 2008, e há cerca de duas semanas, Francisco Bandeira admitiu que não consegue estancar esta fuga. «O desgate sistemático dos depósitos é algo que não se pode conter», admitiu o presidente do BPN.



Só na última semana de Dezembro e na primeira de Janeiro, o BPN perdeu 200 milhões de euros em depósitos de clientes.

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