RTP: sindicatos querem ser «parceiros» do Governo

Os sindicatos afectos aos trabalhadores da RTP querem ser «parceiros sociais» do Governo na questão da privatização de um canal da empresa e pretendem um «equilíbrio económico saudável» do sector e a manutenção dos postos de trabalho.

O objectivo passa por manter contacto directo com a referida privatização, que faz parte do programa de Governo, e que as estruturas sindicais ligadas ao audiovisual consideram que terá consequências imprevisíveis para os trabalhadores e para o país, com um impacto negativo em todo o audiovisual português.

Representantes de diversos sindicatos reuniram-se esta terça-feira com o secretário de Estado Feliciano Barreiras Duarte, que tutela a comunicação social e a quem apresentaram preocupações sobre o sector no geral e a RTP em particular, disse Clarice Santos, do Sindicato dos Meios Audiovisuais (SMAV), à agência Lusa.

«Queremos que o Governo dê atenção especial a esta temática», sublinhou Clarice Santos, para quem a «repartição do espaço publicitário» em virtude da privatização de um dos canais da RTP poderá levar, inclusive, à falência de um dos operadores privados de televisão generalista.

Em cima da mesa esteve também a anunciada reestruturação da RTP, que terá de ser apresentada pela administração até 15 de Setembro e que visa abordar o futuro mais próximo da empresa «com maior optimismo e maior eficiência», como já indicou o ministro Miguel Relvas.

Uma das medidas de reestruturação já avançadas pelo ministro dos Assuntos Parlamentares é a redução das emissões da RTP Madeira e da RTP Açores para quatro horas diárias. De acordo com Miguel Relvas, são gastos 11,7 milhões de euros por ano na RTP Madeira e 13 milhões de euros na televisão açoriana.