S&P corta rating de Portugal e admite nova baixa - TVI

S&P corta rating de Portugal e admite nova baixa

Portugal (arquivo)

Incerteza política pressiona confiança dos mercados

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A agência de notação financeira Standard & Poor's cortou dois níveis na classificação da dívida pública portuguesa de longo prazo, de A- para BBB, avança a Reuters. Também a Fitch tinha já cortado a nota nacional esta quinta-feira, em dois níveis, de A+ para A-.

Como justificação, a agência financeira afirma que a confiança dos mercados pode ser prejudicada pela crescente incerteza política, após a demissão do primeiro-ministro. O que significa que Portugal pode enfrentar dificuldades acrescidas no acesso a financiamento.

A S&P mantém, tal como a outra agência, um outlook negativo para a dívida soberana do país, o que significa que não está afastado um novo corte nos próximos meses.

Mas, de acordo com a Reuters, essa descida pode não demorar tanto: a S&P admite que pode haver um corte de mais um nível já na próxima semana.

A S&P «espera» que o próximo Governo «não terá outra opção que não seja adoptar uma versão das propostas de reformas» que constavam do PEC 4, chumbado no Parlamento, sobretudo, ainda que numa base diferida, «dado o aparentemente fraco apetite dos investidores pela dívida de Portugal», afirmou o analista da agência, Eileen Zhang.

«A poupança pública crescente deveria também, a nosso ver, contribuir para a redução dos grandes desequilíbrios externos de Portugal, pois acreditamos que as exportações do sector privado português deverão ser insuficientes para reduzir rapidamente o défice da conta corrente portuguesa, que atingiu em média 9,7% do PIB desde que Portugal entrou no euro em 1999», acrescenta.

A classificação da dívida de curto prazo ficou inalterada em A-2, e permanece também sob observação, com implicações negativas.

O Governo considera que a oposição é responsável pela deterioração da avaliação da dívida pública, mas o PSD assegura que o voltará a subir com as medidas que pretende tomar quando for Governo.

Mas, segundo a S&P, a incerteza política não é a única causa da descida de classificação. A discussão sobre o novo mecanismo europeu de estabilidade (MEE) também tem um papel. Por isso mesmo, a decisão sobre uma nova descida apenas será tomada quando forem conhecidos os detalhes do MEE.

O corte é mais provável «se o MEE aumentar a probabilidade de os credores do Estado português serem sujeitos a uma reestruturação (da dívida) ou a uma 'paralisação' como resultado dos termos de um empréstimo do MEE, ficando subordinados ao empréstimo do MEE ou se as obrigações portuguesas registarem uma redução substancial de liquidez (de transacções)».

A S&P diz mesmo que, à parte desta matéria, espera resolver a observação negativa da nossa dívida «nas próximas semanas».
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