Troika já se reuniu com PSD e CDS

[Notícia actualizada às 14h15 com mais informações]

É a segunda jornada de reuniões desta semana. Os peritos do Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia já reuniram com elementos do PSD, na sede dos sociais-democratas, em Lisboa. Em cima da mesa de discussão esteve, como não podia deixar de ser, os termos da ajuda externa a Portugal.

O principal interlocutor dos sociais-democratas nas negociações com a troika foi o antigo ministro das Finanças Eduardo Catroga, o mesmo que negociou com o Governo o Orçamento do Estado para 2011. Fazem parte da equipa do PSD outros dois economistas: Abel Mateus e Carlos Moedas, segundo disse à Lusa fonte do partido.

O presidente social-democrata garante que não vai bloquear o resgate financeiro, embora reitere que «o mais desejável» teria sido optar por uma «ajuda intercalar».

Logo na segunda-feira, Passos Coelho levantou o véu sobre o que o seu partido ia dizer hoje à troika.

Reunião com CDS já terminou

A missão técnica que vem negociar a ajuda externa também já esteve reunida com o CDS durante cerca de uma hora. A delegação dos centristas que negociou com a troika é chefiada pelo vice-presidente e líder parlamentar Pedro Mota Soares e conta ainda com a deputada Assunção Cristas, Luís Queiró, Miguel Morais Leitão e Paulo Núncio.

O líder do partido, Paulo Portas, desvendou já os temas que o seu partido quis trazer para a mesa de negociações, de forma a sensibilizar a troika: endividamento, crescimento económico e pensões.

Senhor FMI só fala depois

À saída do encontro com o CDS, o «senhor FMI», Paul Thomson, recusou falar a meio do processo de negociação da ajuda externa. «Eu terei muito prazer em responder às vossas perguntas quando estiver tudo acabado, para já não tenho comentários».

Na segunda-feira, PCP, Bloco de Esquerda e o Partido Ecologista Os Verdes anunciaram a sua recusa em reunir-se com a troika, considerando as reuniões inoportunas e defendendo que não compete aos partidos esta negociação, mas sim ao Governo.

FMI: soluções «chapa 8»?

Hoje também é dia de reuniões com a CGTP e a UGT. As centrais sindicais pretendem apresentar aos representantes do FMI, BCE e União Europeia questões relacionadas com o pedido de ajuda externa e com a situação económica do país.

O líder da UGT, João Proença veio já dizer que o pedido de ajuda era «evitável» e que o FMI apoia soluções «chapa 8», iguais para todos os países.

Amanhã é a vez de os patrões se reunirem com a comitiva do FMI, BCE e Comissão Europeia. A Confederação do Comércio e Serviço vai propor que o salário mínimo não seja actualizado para 500 euros este ano.