CDS: OE2011 é um ataque à classe média - TVI

CDS: OE2011 é um ataque à classe média

Deputada Assunção Cristas classificou a proposta do Orçamento do Estado de «insensível» para as famílias

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a proposta de Orçamento do Estado para 2011 representa um «ataque muito grande» à «frágil» classe média, classificando como «incompreensível» ausência de um «esforço maior na contenção da despesa». As palavras são da deputada do CDS Assunção Cristas.

«Temos ouvido o Governo sistematicamente dizer que aquilo que obriga a um orçamento tão austero é o ataque à dívida soberana portuguesa. Não se compreende como se deitam mais achas para a fogueira e se prevê de novo um aumento muito considerável da dívida que chegará a 86 por cento do PIB», disse à Lusa Assunção Cristas.

A deputada acusou ainda o Governo de, numa altura em que o país está sob o olhar dos mercados internacionais, «não se coibir de aumentar o endividamento em mais cerca de 11 mil milhões de euros, e bastante acima daquilo que o défice já prevê ter», questionando a necessidade de um valor tão elevado.

Quanto ao cenário de crescimento económico de 0,2 por cento para 2011 previsto no Orçamento, considerou-o «pouco crível e um bocadinho improvável», sobretudo tendo em conta a análise recente do Banco de Portugal, que num relatório assumia uma estagnação e uma possível contracção da economia se fossem tidos em conta os efeitos das medidas de austeridade.

A deputada centrista classificou ainda o Orçamento de «insensível» para as famílias e para o grupo etário mais vulnerável à pobreza: os idosos.

Há «um sinal inexplicável» na distribuição das verbas

Ao mesmo tempo, Nuno Magalhães acusou o Governo de aumentar as verbas para os governos civis e de «baixar drasticamente» o montante destinado às forças de segurança, considerando que se trata de «um sinal inexplicável».

O deputado democrata-cristão Nuno Magalhães disse à Lusa que «é um sinal inexplicável e perfeitamente errado do ponto de vista do CDS [que propôs a extinção dos governos civis], aumentar as verbas em quatro governos civis e reduzir em 9,7 por cento o orçamento das forças de segurança».

«É um sinal completamente errado, contraditório, que é dado no orçamento da administração interna e que é tão preocupante, como inexplicável».

Nuno Magalhães criticou o facto deste aumento de verbas para os governos civis de Coimbra, Faro, Vila Real e Viseu ter sido concedido pelo «mesmo Governo que pede austeridade a tudo e a todos».

Segundo as contas do deputado, tem-se verificado uma tendência de crescimento destas verbas desde 2009.

Em 2009, o valor previsto ascendia a cerca de 25 milhões euros, em 2010 subiu para cerca de 26 milhões de euros e, para 2011, o valor previsto ultrapassa os 27 milhões de euros, «mais 4,8 por cento, um milhão e 272 mil euros para os governos civis», disse Nuno Magalhães.
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