O Orçamento do Estado para 2012 tem como marca uma «queda aceleradíssima» das condições de vida e pode fazer o país «recuar muitos e muitos anos» no domínio social, acusou esta quinta-feira o secretário-geral da CGTP.
«Nós, e é bom que todos os portugueses e portuguesas tomem consciência, estamos numa queda aceleradíssima do patamar de desenvolvimento, o que significa uma quebra grande das condições de vida, quebra grande das condições de trabalho e empobrecimento significativo das pessoas», disse à Lusa Carvalho da Silva, numa reacção à proposta ainda provisória do Orçamento do Estado para 2012.
Carvalho da Silva classificou o documento como um orçamento «claramente de recessão económica», o que confirmou a «concepção de que os problemas se vão resolver por um acerto de contas da dívida», sem que haja atenção a um aumento da produção que permita crescer, uma vez que sem riqueza não há possibilidade de pagar a dívida.
«O que nós podemos ter é, daqui a um ano, algum equilíbrio mais das contas públicas, mas uma dívida muito maior do que a que temos hoje e mais incapacidade de a resolver».
Segundo Carvalho da Silva, «era preciso encontrar caminhos sérios que permitam a defesa e a criação de emprego, crescimento económico e melhoria da competitividade da economia portuguesa, mas este orçamento é o oposto».
Cortes de despesa em toda a linha, maior controlo nas verbas e uma mais que provável penalização da Madeira nos fundos do orçamento são algumas das linhas de austeridade traçadas por este Governo na versão preliminar do documento.
A proposta de lei do Orçamento do Estado para 2012 só deverá ser formalmente aprovada em Conselho de Ministros hoje e terá de ser apresentada até segunda-feira.
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Crise: país pode «recuar muitos, muitos anos»
- Redação
- RL
- 13 out 2011, 18:20
![Carvalho da Silva](https://img.iol.pt/image/id/13440764/1024.jpg)
Carvalho da Silva critica proposta do Orçamento do Estado para 2012, defendendo que medidas só agravarão dívida
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