OE2011: «Era óbvio que os mercados não acalmariam» - TVI

OE2011: «Era óbvio que os mercados não acalmariam»

José Manuel Pureza

José Manuel Pureza citou Passos Coelho para avisar que «o pior ainda está para vir»

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O líder parlamentar do Bloco de Esquerda sublinhou, no debate desta terça-feira, que mesmo a seguir ao anúncio de um acordo para a viabilização do Orçamento de Estado para 2011 os juros da dívida soberana continuaram a aumentar, defendendo que as novas medidas não vão resolver o problema.

«Era óbvio que os mercados não acalmariam: quanto mais debilitada está uma economia mais ela é apetecida pelos especuladores», afirmou.

Para José Manuel Pureza, este debate «serve apenas de pórtico para o PEC IV, que cavalgará este orçamento e será justificado para cobrir um buraco adicional de 500 milhões de euros».

Recordando palavras de Pedro Passos Coelho, Pureza acredita que «o pior ainda está para vir». «Justiça seja feita aos dois partidos da coligação orçamental: ambos assumem que o horror económico não termina aqui e que imporão ao país mais e mais medidas adicionais», ironizou.

O bloquista criticou «o folhetim da negociação» entre o Governo e o PSD, apontando «uma encenação desinteressante e de final antecipado, guiado à distância pelos interesses» de Cavaco Silva.

«Por mais que sacuda a água do capote, o PSD ficará associado a um desastre», avisou, sem esquecer as críticas ao Executivo de José Sócrates: «Um Governo que corta no abono de família e no subsídio de desemprego e deixa praticamente intocado o lucro dos bancos só por humor negro se pode dizer socialista.»

Para o BE, este orçamento traduz «a capitulação do PS» e a «desforra do PSD» e evitar-se-ia com a limitação dos benefícios fiscais às maiores empresas e com «a coragem política de tributar a PT pelo negócio da Vivo».

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