PSD para Sócrates: «Este é o seu défice, a sua dívida, a sua culpa» - TVI

PSD para Sócrates: «Este é o seu défice, a sua dívida, a sua culpa»

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Aguiar Branco limpa culpas do seu partido sobre actual situação das contas públicas e aponta o dedo ao primeiro-ministro

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José Pedro Aguiar Branco foi ao púlpito da Assembleia da República apontar o dedo às escolhas do primeiro-ministro e do seu Executivo: «Não falo de responsabilidade, falo de culpa. Quando somos avisados, vezes sem conta, quando teimosamente recusamos de ver e ouvir o óbvio, seguindo os mesmos erros, há culpa e culpa grave».

O deputado social-democrata disse que o Governo encontra sempre culpados no exterior, «nos gregos, nos mercados, nos ataques especulativos».

«Este Governo nunca teve uma política económica para além das sessões de propaganda», criticou Aguiar Branco.

Por isso, Aguiar Branco pediu a José Sócrates que «não fale do défice e da divida no plural. Este défice nas contas públicas não é do Estado, é o seu défice. A dívida que falamos não é a dívida soberana do Estado, é a sua divida, de como um primeiro-ministro quase levou à falência um Estado Social».

«Este é o seu défice, a sua dívida, a sua culpa», concluiu Aguiar Branco, rematando com o que considera ser a única saída para Sócrates: «Não tem direito de sair pelo seu próprio pé. Vai ter de ser responsabilizado por tudo o que fez e não fez nos últimos anos. Vai ter de passar a vergonha de ser demitido».

Francisco Assis, líder parlamentar do PS, saiu em defesa do Governo: «Nós assumimos o que fizemos e a necessidade do que fizemos. Assumimos que este orçamento é a resposta à actual situação».

Manifestando «total repúdio» pelas palavras de Aguiar Branco, Francisco Assis rematou: «Não podemos permitir este exercício de hipocrisia do PSD».

Em resposta, Aguiar Branco reforçou: «Eu sei que têm vontade de ir embora, mas não podem ir sem prestarem contas. O PSD saberá sempre honrar sua responsabilidade e fazer com que PS não fuja às suas responsabilidades».

Garantias que não convenceram Bernardino Soares, do PCP, para quem o PSD não pode sair imune às «culpas», já que foi este partido que garantiu a viabilização do Orçamento do Estado para o próximo ano.

«A táctica do PSD é disfarçar a gravidade do voto com o impacto do discurso. Mas o que conta é voto», acusou Bernardino Soares.

«Se dissessem não, nós não aceitamos estas medidas gravosas para o país, obrigaria o Governo a pensar duas vezes e a apresentar outra proposta» para o Orçamento do Estado para 2011, apontou Heloísa Apolónia, de Os Verdes.

E porque não o fez? «Por que é que o PSD não apresentou alternativa? Porque apoia este orçamento, apoiou o PEC1, o 2, o 3 e vai apoiar o 4. Está com ele de corpo e alma», apontou Helena Pinto, do Bloco de Esquerda.



A estas acusações Aguiar Branco respondeu: «Tenho a esperança de, na especialidade, convencer o BE e o PCP a estarem com o PSD em para acabar com o TGV».

«A alternativa é bancarrota, o colapso das contas públicas», disse o social-democrata.
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