Grécia: governo de coligação mais perto - TVI

Grécia: governo de coligação mais perto

Ministro das Finanças grego Evangelos Venizelos

S&P avisa que pode voltar a cortar rating se ajuda externa for suspensa

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O PASOK, partido grego que está a tentar formar Governo, saiu da reunião com o partido Dimar, de centro-esquerda, mais otimista. Segundo o líder dos socialistas gregos, foram alcançados alguns progressos no sentido da formação de um futuro governo de coligação.

«Demos um primeiro passo», disse Evangelos Venizelos após o encontro com Fotis Kouvelis, do Dimar, considerando-o «um bom presságio».

Já o líder do Dimar, que conquistou 19 lugares parlamentares nas eleições de domingo passado, referiu que a sua força política apoia a formação de um «governo ecuménico», cuja missão será «manter o país na zona euro». Ou seja, propõe uma coligação de todas as forças políticas que defenda a manutenção no euro, mas quer abandonar o programa de ajustamento económico e financeiro acordado com a troika.

O apoio do Dimar poderá ser determinante para assegurar uma maioria no Parlamento helénico e a constituição de um governo de coligação na Grécia, depois de duas tentativas de negociação fracassadas. O PASOK foi o terceiro partido mais votado nas eleições. Os dois primeiros, o Nova Democracia e o Syriza, de esquerda radical, tentaram já negociar uma coligação de maioria mas falharam.

Antes do encontro com o Dimar, também Venizelos estava pessimista. «A nossa proposta é de formação de um governo de unidade nacional com todos os partidos pró-europeus», afirmou após uma reunião com o presidente grego, Carolos Papoulias, acrescentando: «Não estou otimista, as coisas não são fáceis.

«O povo quer a estabilidade, a manutenção na zona euro e evitar novas eleições», afirmou.

Se o PASOK não conseguir reunir uma maioria parlamentar que lhe permita formar um governo de coligação, Carolos Papoulias deverá reunir os líderes dos sete partidos com assento parlamentar e apelar à constituição de um executivo de unidade nacional.

Caso este governo de iniciativa presidencial também não tenha sucesso, a Grécia deverá ir de novo a eleições, que deverão ocorrer, com maior probabilidade, entre 10 e 17 de junho.

Ajuda internacional pode estar em causa?

Sem um novo Governo, a Grécia terá maiores dificuldades em aplicar as medidas necessárias para cumprir os compromissos de redução de despesa assumidos com os credores internacionais. Compromissos sem os quais pode estar em risco o desembolso do segundo pacote de resgate à Grécia, no valor de 130 mil milhões de euros. A Grécia já recebeu a última tranche do primeiro resgate.

Apesar das ameaças de suspender a ajuda externa, que têm partido sobretudo da Alemanha, fontes da União Europeia citadas pela Reuters afirmaram esta quinta-feira que a Zona Euro vai continuar a financiar a Grécia até que a situação eleitoral seja resolvida e um novo Governo formado.

A maioria dos analistas espera que sejam convocadas novas eleições antes do início da semana que vem. Eleições que deverão ser agendadas para meados junho. Outra fonte da UE disse à Reuters que existem condições para financiar a Grécia até ao final desse mês.

A Alemanha, no entanto, reiterou que a ajuda só pode continuar se o país se mantiver fiel aos compromissos assumidos. «A Grécia pode contar com a solidariedade da Europa, mas se a Grécia não se ajudar a si própria, não há nada a fazer. Se a Grécia está ou não disposta a fazer o que é necessário, só o povo grego pode decidir», afirmou o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaeuble.

A Standard & Poor¿s avisou esta quinta-feira que o rating da Grécia pode sofrer novos cortes, caso a Europa ou o FMI retirem o seu apoio ao país na sequência da turbulência política.
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