SCUT: «Isto não vai lá com descontos» - TVI

SCUT: «Isto não vai lá com descontos»

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Governo acordou descontos para veículos pesados pondo termo à greve dos camionistas. Ligeiros querem mesmo é isenção total

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O porta-voz da Comissão de Utentes Contra as Portagens nas autoestradas A25, A23 e A24 rejeitou esta quarta-feira a possibilidade de solicitar ao Governo descontos nas ex-SCUT para os veículos ligeiros, como foi decidido em relação aos veículos pesados.

A introdução de descontos no pagamento de portagens nas antigas auto-estradas sem custos para o utilizador foi uma das medidas acordadas na terça-feira entre o Governo e as associações dos transportadores rodoviários de mercadorias que pôs fim à greve que vinha decorrendo desde segunda-feira.

De acordo com o documento, «o Governo compromete-se a introduzir descontos no pagamento de portagens no âmbito das SCUT, designadamente através da modulação horária, admitindo-se descontos até 10 por cento no período diurno e 25 por cento no período nocturno».

Confrontado com este acordo, Francisco Almeida, porta-voz da Comissão de Utentes Contra as Portagens nas auto-estradas A25, A23 e A24, disse hoje à Lusa que aquela estrutura não desiste de lutar pela continuidade do regime de isenção de tarifas. Por isso, nem sequer coloca a possibilidade de propor descontos para os veículos ligeiros.

«Para nós, a questão não é de descontos nas portagens». É outra: «Ima estrada que não tem alternativas não pode ter portagens».

«Se o Governo quiser, com as associações dos transportes de mercadorias, até pode fazer descontos na auto-estrada A1 e na A2» porque «para nós está tudo bem».

«No que respeita à A25, A23 e A24, isto não vai lá com descontos». Francisco Almeida diz que não existem alternativas e «as estradas atravessam regiões com poder de compra muito baixo».

Para a comissão que lidera «a questão não é ter descontos ou não ter: não pode haver portagens nestas auto-estradas, porque não têm alternativas».

E deu exemplos: «De Vilar Formoso até Aveiro, na velha Estrada Nacional 16, há troços onde os veículos de mercadorias não podem entrar».

A comissão de utentes não desiste dos protestos contra as portagens nestas vias do interior, esperando que os mesmos sejam frutíferos e que «a luta produza resultados».

A comissão apresenta esta quarta-feira, na Guarda, iniciativas de protesto e luta a realizar nas próximas semanas. «Tudo o que estava previsto, em termos de ações de luta, vai manter-se».

«Para nós, a questão é de que não pode haver portagens». «Se o Governo amanhã acabar com as portagens, acabam as nossas lutas».
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