Medicamentos: hospitais conseguem pagar menos

Os maiores hospitais portugueses conseguiram este ano uma redução entre 30% e 50% no preço dos medicamentos que compram à indústria farmacêutica. Algo que a ministra da Saúde espera que também contribua para melhorar os prazos de pagamento.

Um dos benefícios da contenção orçamental nos hospitais foi dar aos gestores maior capacidade de negociação, segundo disse à Lusa a ministra da Saúde. «Fiz [esta semana] uma ronda por alguns hospitais e o que me foi dito pelas grandes unidades foi que este ano conseguiram ir para negociações com as empresas fornecedoras de forma mais forte e conseguir valores com efeitos de economia».

Ana Jorge reiterou que um dos grandes objectivos da contenção imposta foi identificar factores de desperdício nos hospitais, apontando «alguma falta de atenção a fazer as compras» como um dos problemas.

Com maior capacidade negocial, os hospitais conseguiram alcançar reduções de preços na ordem dos 30 a 50%.

Objectivo: pagar a tempo e horas

Os prazos médios de pagamento das unidades de saúde aos laboratórios são normalmente superiores a um ano. Quanto a isso, a ministra disse esperar que as descidas verificadas nos preços dos remédios «possam permitir um melhor pagamento atempado às empresas».

«Embora todos os hospitais tenham um atraso de pagamento grande, nem todos os hospitais têm um ano. Aquilo que nós tentaremos é que os hospitais tenham, como qualquer empresa, os seus pagamentos em função daquilo que são os contratos e o tempo possa ser reduzido».

Sobre o centro de conferência de facturas, que está em funcionamento há mais de um ano, Ana Jorge anunciou que neste momento não há qualquer pagamento por parte do Serviço Nacional de Saúde que não seja conferido, para combater a fraude. «Desde há dois meses não há nenhum pagamento sem ser conferido, o que é inédito».