França precisa de 33 mil milhões para cumprir défice - TVI

França precisa de 33 mil milhões para cumprir défice

François Hollande (retrato oficial)

País terá de baixar défice de 4,4% este ano para 3% no ano que vem

O Tribunal de Contas (TC) francês anunciou esta segunda-feira que o Estado precisa de cerca de 33 mil milhões de euros até 2013 para conseguir reduzir o défice de 4,4% para os 3% estipulados por Bruxelas.

Segundo o jornal francês «Le Monde», Didier Migaud, presidente do TC e antigo deputado socialista, entregou hoje ao primeiro-ministro, Jean-Marc Ayrault, as conclusões da auditoria sobre a execução da lei de finanças de 2012 e o estado das contas públicas, solicitada em maio pelo Governo.

«A situação das finanças públicas francesas «é francamente preocupante», afirmou Didier Migaud ao jornal, segundo a Lusa.

«A França ainda não saiu da zona de perigo em que entrou há uns anos atrás. A recuperação está em curso, mas temos a maior parte do caminho ainda pela frente, [e no quadro] de uma Zona Euro enfraquecida pela crise das dívidas soberanas».

O responsável considerou ainda que, para que o país consiga cumprir este ano o défice de 4,4% com que se comprometeu, serão «indispensáveis medidas corretivas» para compensar as quebras na receita do Estado.

«Para 2012, os riscos em relação às despesas são limitados e podem ser controlados. [Mas] o cenário é outro no caso das receitas públicas. Podem faltar entre 06 mil milhões e 10 mil milhões de euros, dos quais entre 04 mil milhões e 08 mil milhões para o Orçamento do Estado».

Didier Migaud justificou esta quebra nas receitas com «previsões iniciais demasiadamente otimistas».

No domingo, o ministro da Economia francês, Pierre Moscovici, disse, em entrevista ao jornal Le Figaro, que o Governo anunciaria uma revisão em baixa das previsões de crescimento para este ano (0,4%) e 2013 (entre 1% e 1,3%), indo ao encontro das previsões já feitas por diversas instituições internacionais.

O responsável pelo TC receita, por isso, ao Estado, rigor, cortes na despesa e não exclui a necessidade de aumentar impostos.

«Cada política pública, cada administração, deve ganhar em eficiência. [E] a redução de despesas pode ser complementada pela subida de impostos, alguns com caráter temporário, [e] sem penalizar a competitividade das empresas».
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