TC: «Prémios a gestores tornam cargos mais atractivos»

O presidente do Tribunal de Contas disse esta quarta-feira que no decorrer das auditorias do TC, «muitas vezes» os prémios dos gestores estão incorporados no vencimento base, de forma a «melhorar a atractividade do posto».

Guilherme d¿Oliveira Martins, que falava durante um debate promovido pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), explicou que «muitas vezes» nos relatórios das auditorias que o Tribunal de Contas realiza encontram «com surpresa» resultados negativos associados a prémios de gestão.

Neste sentido, o líder do TC afirmou que «muitas vezes o prémio está como remuneração certa e permanente, visando melhorar a atractividade para o posto».

Falando sobre a crise financeira actual, Oliveira Martins elegeu ainda como a raiz essencial dos problemas com que o país se debate «o predomínio da ilusão sobre a realidade» e que se o país insistir, então irá seguir «um caminho em que ninguém se salvará», escreve a Lusa.

«À economia da ilusão temos de contrapor a economia real, uma economia orientada para a criação de riqueza», afirmou.

O Presidente do Tribunal de Contas considerou ainda que a actual crise trouxe uma necessidade clara de reforço do papel das instituições de controlo e da sua independência.

«A crise financeira que vivemos aponta clara e inequivocamente para um papel acrescido das instituições de controlo, como o Tribunal de Contas, para um controlo externo independente», disse.

Guilherme d¿Oliveira Martins falava no âmbito do ciclo de conferências ISEG 2010, «Portugal 2020 - Para onde vai a economia portuguesa», organizado pela faculdade de economia.