Ministro acusa oposição de oportunismo e de planear crise política

O ministro da Economia acusou esta quarta-feira os dois partidos da oposição mais à direita de oportunismo político das dificuldades que o país atravessa e de estarem já de olho numa crise política para poderem voltar ao poder.

Vieira da Silva disse que PSD e CDS não demonstram «coragem para assumir os custos do que temos de fazer» e lembrou que «afirmar que são alternativa é fácil».

«Ser verdadeiramente alternativa é bem diferente, é estar à altura das exigências dos tempos», afirmou, acusando os dois partidos de «oportunismo no aproveitamento das dificuldades», acrescentou.

«Aquilo que PSD e CDS aqui mostraram foi claro: a oposição não reconheceu o verdadeiro impacto da crise internacional na economia e contas públicas para próximos anos. Falam de interesse nacional, mas é evidente a comoção por uma crise política que lhes permita regressar ao poder», disse ainda.

Defendendo que nesta discussão do Orçamento «se fala de responsabilidade» e que está na hora de colocar o interesse geral acima do partidário, mesmo que as medidas a tomar sejam impopulares, Vieira da Silva admitiu que este também não é o Orçamento que desejava fazer, mas que era o necessário.

O ministro recusou responsabilidade do Governo nas condições que conduziram o país à crise actual, explicando que «o défice cresceu excessivamente de 2008 para 2009 mas desse crescimento, 44% deveu-se à recessão receita fiscal porque a economia contraiu, 39% ao aumento das prestações sociais e os restantes 17% ao aumento das despesas de capital de investimento».

Vieira da Silva acusou ainda a oposição de apenas sugerir mais despesa. «Quem é que aqui na Assembleia fez diferente senão propor mais despesa, mais apoio, expansão de apoios sociais? Quem é que aqui fez diferente de criticar a escassa execução de investimento e emprego? Tantas vezes tão curta a memória e tantas vezes tão escasso o despudor da oposição», afirmou, acusando a oposição de sugerir apenas «cortes aqui e ali, nuns grupos mal amados pela opinião pública».