"Enviámos um pedido ao FMI para adiar o pagamento, que somos obrigados a efetuar, para novembro. Vamos ter a oportunidade de lhes pagar", afirmou Dragasakis ao canal estatal ERT.
De acordo com Dragasakis, Atenas pediu ainda ao Banco Central Europeu para reconsiderar o aumento da assistência de liquidez de emergência para os bancos gregos.
Um adiamento permitiria à Grécia evitar entrar em incumprimento em relação à sua dividia ao FMI, o que agravaria uma situação financeira que já é crítica.
Com este pedido, a Grécia utiliza uma disposição prevista na carta do FMI que permite “a pedido de um Estado membro” e sem votação “adiar” a data de um reembolso com um limite de 3 a 5 anos, que corresponde à duração dos seus empréstimos.
Esta disposição foi utilizada duas vezes na história do FMI, ambas em 1992, pela Nicarágua e pela Guiana, ex-Guiana Britânica.
Esta terça-feira o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, anunciou que não iria reembolsar o empréstimo de cerca de 1.600 milhões de euros. Varoufakis afirmou também que para dizer ‘sim’ ao euro preciso uma solução viável, ou seja, uma nova e melhor proposta por parte dos credores.
A Grécia apresentou esta terça-feira uma nova proposta aos credores europeus, excluindo o Fundo Monetário Internacional das negociações.
O Governo grego quer um novo programa de ajuda de dois anos da União Europeia, que envolva a reestruturação da dívida, anunciou o gabinete do primeiro-ministro através de comunicado, depois de Alexis Tsipras ter iniciado uma série de consultas de última hora com alguns líderes europeus e da Comissão Europeia na procura de uma solução para o bloqueio das negociações.
Ao final da tarde, os ministros das Finanças da zona euro, reunidos através de teleconferência, rejeitaram uma extensão do programa de assistência à Grécia, que termina esta terça-feira à meia-noite, estando prevista nova reunião para quarta-feira.
Em declarações à Reuters, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, afirmou que o governo grego vai enviar nova proposta amanhã e deixou o alerta de que um novo resgate para a Grécia pode ter condições mais duras.