«Tenho casinos clandestinos e discotecas que mais não são do que bares de prostituição e não tenho polícia»

«Tenho casinos clandestinos e discotecas que mais não são do que bares de prostituição e não tenho polícia»

A presidente da Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima, Lisboa, manifestou-se esta sexta-feira «furiosa» por só ter sabido do encerramento da esquadra local pelos jornais e disse que a freguesia que dirige está «a saque», noticia a Lusa.

«Estamos a saque. Tenho situações de insegurança complicadíssimas para resolver do Bairro Santos ao Rego, tenho casinos clandestinos e discotecas que mais não são do que bares de prostituição e não tenho polícia», queixou-se Idalina Flora.

O encerramento da esquadra do Rego, que quarta-feira já não funcionará, é o segundo dos últimos seis meses em Lisboa, depois do fecho da 17ª, na Avenida João Crisóstomo, junto ao Campo Pequeno.

«Vou fingir que acredito»

Em declarações à Lusa, a autarca disse que na reunião que teve hoje com o sub-comandante e a comissária da esquadra do Rego lhe foi prometido «que vão ficar com mais elementos disponíveis para garantir a segurança nas ruas da freguesia e com mais viaturas, mas não disseram quantas».

«Vou fingir que acredito», disse a autarca, acrescentando que, a partir de quarta-feira, qualquer problema de segurança passará a ser tratado no Palácio da Justiça.

Num comunicado divulgado quinta-feira à noite, a Direcção Nacional da PSP anunciou o encerramento da 31ª esquadra, alegando que «as condições estruturais do edifício estão extremamente degradadas e não garantem as condições de segurança aos elementos policiais e cidadãos que lai se deslocam».

Adianta que os 50 elementos daquela esquadra serão transferidos para as esquadras da 3ª Divisão Policial «permitindo que se continue a prestar o serviço de proximidade e eficácia», garantindo que a PSP «não baixará os níveis de segurança» naquela zona da cidade.

Apesar de reconhecer que as condições das instalações onde estava a esquadra do Rego não eram as melhores, a presidente da Junta de Freguesia lembra que já tinha proposto a transferência para um edifício junto à Universidade Nova, na Avenida de Berna, «onde se fazia a inscrição para o serviço militar».

«Não é só esta freguesia e estes bairros que ficam nestas condições de insegurança. Os meus colegas de junta de Campolide e de São Sebastião também sentem o problema», afirmou, dando o exemplo da população idosa, que «já não sai à rua quando começa a escurecer porque tem medo».