Euro 2024: Ucrânia-Bélgica, 0-0 (crónica) - TVI

Euro 2024: Ucrânia-Bélgica, 0-0 (crónica)

Chocolate atravessado

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O Grupo E chegou à derradeira jornada com tudo ainda por decidir, mas terminou tal e qual como estava, depois do empate em ambos os jogos. Bélgica e Ucrânia, que empataram a zero, foram as duas seleções que menos motivos tiveram para sorrir. Os ucranianos porque ficaram na última posição e estão fora do Euro 2024. Já os belgas, porque seguem em segundo e calham no mesmo lado de Portugal: nos oitavos, vão já defrontar a França.

O espírito resiliente da Ucrânia ainda deu esperança e colocou a fase a eliminar no horizonte, mas foi insuficiente. Por outro lado, a Bélgica voltou a desiludir. Os «diabos vermelhos» estão longe de encantar e é difícil prever que cheguem longe na prova. Levam deste jogo com um «chocolate atravessado» na garganta, porque podiam ter feito muito mais e agora têm uma missão espinhosa pela frente (ouviram muitos assobios no final e justificados).

A Bélgica entrou em campo com a mesma fórmula que tinha apresentado no triunfo diante da Roménia, mas com Doku a entrar para o lugar do castigado Lukébakio. A seleção belga começou melhor, conseguiu ter mais bola e Lukaku dispôs de uma ótima ocasião de golo logo a abrir, porém, não conseguiu rematar da melhor forma e Trubin, novamente titular, mostrou segurança.

Sem Tsygankov e Mudryk, Rebrov abdicou de jogar com extremos e montou um 5-4-1 muito compacto, sobretudo a última linha, que também não foi muito pressionada pelos belgas. A Ucrânia deu uma aula tática na primeira parte e conseguiu chegar ao ataque rapidamente, com passes a rasgar as linhas belgas. Aí, faltou apenas melhor definição à Ucrânia, que optou por rematar de meia distância e não teve a devida qualidade na chegada à área adversária.

Já a Bélgica, que terminou o primeiro tempo com 60% da posse de bola, não soube o que fazer com ela. Os rasgos de De Bruyne ainda apareceram a espaços no primeiro tempo, mas além do lance de Lukaku, os «diabos vermelhos» só criaram perigo num lance em que o capitão quase surpreendeu Trubin, a bater um livre.

Na segunda parte, a qualidade de De Bruyne evidenciou-se. O médio do Manchester City pensava rápido, mas de forma eficaz: com poucos passes, inventava jogadas perigosas. A velocidade e explosão de Doku no lado esquerdo também causava estragos, mas a definição do extremo deixou muito a desejar.

Se os belgas viviam muito de rasgos individuais, os ucranianos, já visivelmente desgastados, começaram a ter cada vez mais dificuldades em sair para o ataque – a distância entre defesas e médios para os avançados aumentara.

Contudo, as substituições deram novo ânimo à equipa de Rebrov, que cresceu na parte final e conseguiu reaproximar-se da baliza adversária. Nesse período, a Bélgica ainda partiu para o contra-ataque numa série de vezes e De Bruyne assistiu de cadeirinha aos bons lances que os compatriotas desperdiçaram: com ele a definir, talvez o resultado fosse outro.

A figura: Kevin De Bruyne comanda as operações

Claramente o melhor jogador da Bélgica. Aquele que mais tentou e criou, mas a quem faltou colegas de equipa que correspondessem ao que pedia. De Bruyne pareceu jogar um passo à frente dos companheiros e merecia outro desfecho. Uma nota ainda para Sudakov, o criativo ucraniano que nos presenteou com uma excelente exibição.

O momento: Trubin segura o 0-0, 73m

É difícil encontrar um momento alto num jogo onde não existiram golos nem muitas oportunidades claras. O destaque vai para a defesa de Trubin a um remate de Carrasco, numa altura crucial do jogo.

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