Portugal prepara acordo aduaneiro e de tributação com China

As afirmações do chefe do Governo foram proferidas no final de uma reunião, que durou cerca de três horas, com cerca de 40 representantes de empresas nacionais já com presença no mercado chinês e que se destinou a preparar a visita oficial que o primeiro-ministro realiza à China entre 30 deste mês e 04 de Fevereiro, refere a «Lusa».

Tendo ao seu lado o ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho, José Sócrates referiu que o encontro permitiu «concertar estratégias» com os empresários nacionais antes da sua deslocação a Pequim, Xangai e Macau.

«O Governo português está a preparar várias iniciativas. Ao longo das próximas três semanas, decorrerão negociações com a República Popular da China aos níveis aduaneiro, da dupla tributação e bilateral», afirmou José Sócrates.

De acordo com o primeiro-ministro, a reunião com os empresários serviu precisamente para conhecer da parte dos investidores nacionais «detalhes» que poderão ajudar o Estado português nas negociações com a parte chinesa.

«O melhor contributo que o Governo pode dar é ter boas relações políticas e diplomáticas com a China, de forma a facilitar as condições de presença de empresas portuguesas no mercado chinês», acrescentou.

Nas declarações que fez aos jornalistas, José Sócrates defendeu ainda que a China «é um dos novos actores da economia mundial».

«Como tal, a economia portuguesa, que tem estado a melhorar, tem que dar uma nova atenção ao mercado chinês», sustentou o primeiro-ministro, recusando-se a especificar áreas de negócios em que as empresas nacionais se poderão expandir naquele país asiático.

«Não há áreas especiais, porque quem investirá são os empresários portugueses. O mercado chinês, que regista fortes crescimentos económicos, tem enormes potencialidades em termos de consumo e de importações», sustentou.

Neste contexto, José Sócrates defendeu que «os bons produtos sempre triunfam» em qualquer mercado do mundo «e Portugal tem bons produtos».

«Até Outubro último, as exportações portuguesas cresceram oito por cento. Pela primeira vez ao fim de alguns anos, a economia portuguesa não perdeu quota de mercado», frisou ainda o chefe do Governo.

Ainda sobre a sua deslocação de seis dias à República Popular da China, José Sócrates referiu «as relações seculares» entre Portugal e este país asiático e os laços que unem Macau ao país.

«Queremos que esta visita (à República Popular da China) esteja à altura da nossa história», referiu o primeiro-ministro.

Durante a sua visita à China, o primeiro-ministro far-se-á acompanhar por vários membros do seu Governo, assim como por cerca de 60 empresários, na sua maioria já com presença no mercado chinês.