Os dados são do segundo Encontro Ibérico de Medicamentos Genéricos que decorre em Madrid, Espanha, onde o Governo está a apostar na promoção dos genéricos, com menos sucesso do que em Portugal. Em Espanha, a quota de mercado dos genéricos ronda os 7,5%, muito inferior à meta estabelecida pelo Executivo espanhol, que é de 20%.
Em Portugal esta quota de mercado é significativamente maior, subindo para 12,4%, apesar de cá os genéricos serem mais caros do que Espanha, principalmente os que mais vendem.
O Ministério da Saúde português revelou que os genéricos mais vendidos em Portugal custam, em média o dobro do que custam em Espanha, existindo casos em que os fármacos custam quase cinco vezes mais.
Mais fármacos inovadores comparticipados
O presidente da Associação Portuguesa de Genéricos (Apogen), Jorge Ruas da Silva, reconheceu, citado pela Lusa, que a aposta no crescimento do mercado dos genéricos permitiu melhorar a acessibilidade para os utentes e reduziu o custo com os medicamentos, além de obrigar ao abaixamento de preços de muitos medicamentos.
Sobre o recente fim da majoração dos 10% para os medicamentos genéricos, Jorge Ruas da Silva defendeu que esta só deveria acontecer quando a quota de mercado atingisse os 20%, mas disse que isso não é o mais importante.
Outra das conclusões saídas deste encontro foi que o incremento do uso de genéricos em Portugal permitiu a introdução de novos fármacos inovadores na lista dos medicamentos comparticipados pelo Estado, afirmou o director-geral da Associação Europeia de Medicamentos Genéricos (EGA).
Para o director-geral da EGA, o desenvolvimento do mercado de genéricos em Portugal, que passou dos 2,4% em 1998 para os actuais 12,4%, é «muito positivo» e acontece a par do que se está a passar em França nesta matéria.
Uma das vantagens do crescimento deste mercado, hoje enumeradas por Grez Perry, refere-se ao facto deste ter permitido que se introduzissem novos fármacos inovadores na lista dos medicamentos comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A este propósito, o director-geral da EGA alertou para o facto de «apenas 22% dos novos medicamentos serem de facto inovadores».
Genéricos mais vendidos em Portugal custam o dobro que em Espanha
- Redação
- PGM
- 7 nov 2005, 17:14
Os genéricos mais vendidos custam aos utentes portugueses o dobro do que custa aos utentes espanhóis. Mas o facto de terem, no país vizinho, um preço mais baixo, não impede que as vendas em Espanha sejam menores.
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