Índios da Amazónia protestam em Londres - TVI

Índios da Amazónia protestam em Londres

Índios da Amazónia e Survival Internacional protestam em Londres (foto Marc Cowan/Survival)

Queixam-se que as centrais hidroeléctricas projectadas na bacia do Amazonas provocarão destruição, inundações e o deslocamento de milhares de pessoas

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Três líderes indígenas protestaram esta quarta-feira, em Londres, contra o grave impacto para as suas comunidades e para o meio ambiente das gigantescas centrais hidroeléctricas projectadas na bacia do Amazonas que, segundo eles, provocarão destruição, inundações e o deslocamento de milhares de pessoas.

A manifestação organizada pela Survival Internacional, organização que actua em defesa dos direitos indígenas decorreu em frente ao Banco Nacional de Desenvolvimento do Brasil, que financia, em grande parte, a construção das barragens.

«Estamos aqui para mostrar à comunidade internacional que não somos ouvidos e que o governo brasileiro está a violar os nossos direitos», declarou Sheyla Yakarepi Juruna, representante da tribo Juruna no rio Xingu, no coração do estado do Pará.

Nesta região está prevista a construção da barragem de Belo Monte, que será a terceira maior do mundo, mas que teve sua licença de construção suspensa na última semana pela justiça.

Sheyla Yakarepi Juruna, Almir Narayamoga Surui, líder da tribo Surui na região do rio Madeira, no estado de Rondônia, e Ruth Buendía Mestoquiari, presidente da organização Central Ashaninka do rio Ene, no Peru, concluem na capital britânica uma viagem de 10 dias pela Europa que passou por Oslo, Genebra e Paris.

O périplo dos líderes indígenas tem como objectivo sensibilizar os governos europeus sobre a situação destas comunidades e a necessidade de deter estes projectos hidroeléctricos, com um custo estimado em bilhões de dólares.

Os projectos, sobre os quais os indígenas garantem não ter sido ouvidos, inundarão regiões inteiras, secarão outras, o que privará estas comunidades de seus recursos básicos e as obrigará a abandonar suas terras ancestrais. Além disso, trarão outros problemas como pobreza, violência e prostituição, garantem.
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