Venezuela: deputada agrediu jornalista - TVI

Venezuela: deputada agrediu jornalista

  • Portugal Diário
  • 20 nov 2007, 18:33

Invadiu o canal de televisão, destruiu o cenário e atacou o repórter

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Uma deputada do Movimento Quinta República (MVR), partido do Presidente da Venezuela, invadiu esta terça-feira a estação Televisora Regional de Táchira (TRT), destruiu parcialmente o cenário do programa «Café com Azócar» e agrediu o jornalista Gustavo Azócar, escreve a Lusa.

A agressão teve lugar pelas 07:00 locais (11:00 em Lisboa), minutos antes do início do programa.



A pedido do jornalista, a TRT transmitiu em directo imagens da deputada do MVR Iris Varela a tirar-lhe o microfone ao jornalista, que esbofeteou, e depois a atirar cadeiras e a proferir insultos.

Gustavo Azócar lançou, em Agosto último, o livro «História negra dos próceres vermelhos (chavistas)» que contém um capítulo que faz referência a acontecimentos da vida da deputada, que o acusa de caluniador.

Após o ataque de hoje, Iris Varela disse às estações de televisão que não processará judicialmente o apresentador do programa para evitar que a oposição possa dizer que o actual governo persegue os jornalistas.

«Sinto-me feliz pelo que fiz, sinto-me reivindicada porque todo o mundo sabe o que se passa. Não me arrependo de nada e onde o encontrar vou defender a minha honra», disse.

De acordo com Gustavo Azócar, os aspectos referenciados no livro estão comprovados e a deputada foi convidada, em várias ocasiões quer pelo apresentados do programa, quer pela direcção do canal, a exercer o direito de resposta, o que nunca concretizou.

«Não é correcto, chegou para agredir, atacou e forçou a entrada, acompanhada por quatro seguranças e um operador de câmara», disse Azócar.

Durante a emissão, o jornalista responsabilizou a deputada Iris Varela, um companheiro de partido, Luis Tascón, o governador de Táchira, Ronald Blanco La Cruz, e o próprio Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, pelo que eventualmente possa acontecer aos seus três filhos, mulher, mãe e a ele próprio.

«O programa continuará no ar, a menos que me dêem um tiro e matem, porque não me vão amedrontar», afirmou.

O ataque ocorreu num momento em que uma delegação da Sociedade Inter-americana de Imprensa (SIP) está em Caracas para analisar a liberdade de expressão.

Iris Varela é um das mais radicais defensoras do regime de Chávez, cujo trabalho tem sido, em diversas oportunidades, elogiado pelo chefe de Estado venezuelano.

Durante um recente debate no parlamento, Varela advertiu o canal televisivo de notícias Globovisión que encabeçaria uma acção destinada a «tomar» as instalações daquela estação por divulgar mentiras contra o actual governo.
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