Aznar agradeceu ao rei Juan Carlos e Zapatero

O ex-primeiro-ministro espanhol José Maria Aznar telefonou hoje ao rei de Espanha e ao actual presidente do Governo de Madrid para lhes agradecer a defesa do seu nome, perante as críticas do presidente venezuelano na Cimeira Iberoamericana realizada no Chile.

Fontes do governo de Espanha citadas pela agência EFE disseram que o monarca e José Luiz Rodrigues Zapatero receberam os telefonemas no final dos trabalhos da cimeira de dois dias realizada na capital Argentina e durante a qual o presidente venezuelano, Hugo Chavez, chamou por duas vezes «fascista» a Aznar.

A expressão enfureceu o rei de Espanha, Juan Carlos, também presente no encontro, que chegou a propor a Chavez que se calasse. «Porque não te calas», desafiou Juan Carlos.

O socialista Zapatero também recriminou, em pleno plenário, a atitude do chefe de Estado da Venezuela, que acusou o antigo governante espanhol de direita de, numa suposta conversa mantida entre ambos há vários anos, ter menosprezado os países pobres.

Além destes incidentes, um outro ocorreu também envolvendo a Espanha e que levou mesmo o rei a abandonar os trabalhos. O protagonista da provocação foi o presidente nicaraguense, Daniel Ortega, ao criticar a empresa de electricidade espanhola Unión Fenosa.

Posteriormente, o ministro dos Negócios estrangeiros espanhol, Miguel Morantinos, em declarações aos jornalistas no voo entre Santiago do Chile e Buenos Aires, disse que a troca de palavras entre o rei e o presidente do governo espanhol e Chavez não deverão afectar as relações entre os dois países. A Espanha deverá manter «o mesmo nível de relacionamento» com a Venezuela, mas salvaguardou que quando alguém falta ao respeito é preciso reagir.

Morantinos disse que os incidentes não devem ter repercussões no relacionamento económico entre Madrid e Caracas e salientou que uma das vantagens do universo iberoamericano é a paixão e o debate apaixonado.