Moçambique à espera das piores cheias de sempre - TVI

Moçambique à espera das piores cheias de sempre

  • Portugal Diário
  • 7 jan 2008, 12:57

Chuvas torrenciais de Zimbabué, Malaui e Zâmbia estão a chegar ao país

Relacionados
Moçambique poderá registar este ano as piores cheias de que há memória, devido às chuvas contínuas nos países vizinhos e descargas de 6 mil metros cúbicos por segundo da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), admitiram esta segunda-feira as autoridades moçambicanas.

Desde o princípio da noite de domingo, a HCB aumentou as suas descargas de 5.100 para 6 mil metros cúbicos por segundo, enquanto o Zimbabué, Malaui e a Zâmbia continuam a ser fustigadas por chuvas torrenciais, cujas águas são encaminhadas para rios moçambicanos.

Os principais afluentes dos rios Luenha, Revúbuè e Chire, no baixo do Vale do Zambeze, centro de Moçambique, já estão com níveis muito elevados, o que concorrerá para o agravamento da situação das cheias no país.

Segundo estimativas da Administração Regional de Águas (ARA-Zambeze), a região centro de Moçambique deverá atingir, ao longo desta semana, a fase mais crítica das inundações, que poderão ser mais graves do que as registadas em 2000, consideradas as piores na história do país.

640 mortos em 2000

Em 2000, as cheias no sul de Moçambique provocaram 640 mortos e afectaram 2 milhões de pessoas, das quais 500 mil ficaram desalojadas.

A directora da ARA-Zambeze, Cacilda Machava, descreveu à Lusa como «crítica» a situação que se vive naquela região, mas assegurou que as autoridades estão a fazer a devida monitorização.

O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) previu, anteriormente, a ocorrência de três cenários para os próximos meses: o pior, que poderá atingir um milhão de pessoas em toda a zona centro do país e parte da região sul, o médio, afectando um máximo de 700 mil pessoas, e o ideal, aliás, um cenário que se repete todos os anos, que eventualmente atingirá 50 mil moçambicanos.

O Governo moçambicano estimou, por isso, em 20,4 milhões de euros o valor necessário para um plano de emergência para acudir os afectados pelas cheias e ciclones que poderão ocorrer entre os meses de Janeiro e Março deste ano.

O INGC pretende que, até 15 de Janeiro, sejam retiradas todas as pessoas que se encontram nas zonas de risco, tendo, para o efeito, intensificado operações de busca e salvamento com embarcações, e prevê mobilizar meios aéreos para resgate da população do vale do Zambeze.

«Até ao momento, mais de 300 pessoas foram resgatadas, mas outras cinco mil pessoas continuam em risco de vida nas cinco zonas da foz do Zambeze», frisou o INGC em comunicado enviado à Lusa.
Continue a ler esta notícia

Relacionados