Fidel Castro admite abandonar de vez o poder - TVI

Fidel Castro admite abandonar de vez o poder

  • Portugal Diário
  • 18 dez 2007, 08:45
Primeiras imagens televisivas de Fidel Castro após a doença (Foto Lusa)

«O meu dever elementar não é o de me agarrar aos cargos», refere

Relacionados
O líder cubano referiu pela primeira vez a possibilidade de abandonar o poder. Com 81 anos e doente há 16 meses, Fidel Castro aludiu a hipótese numa mensagem teledifundida na segunda-feira. E justificou a sua posição «para abrir caminho aos mais jovens».



«O meu dever elementar não é o de me agarrar aos cargos, nem fechar o caminho a pessoas mais jovens, mas transmitir experiências e ideias cujo modesto valor provém da época excepcional que me foi dado viver», escreveu o dirigente cubano, chegado ao poder em 1959.

Com esta afirmação Castro concluía uma mensagem quase inteiramente consagrada às alterações climáticas e à conferência internacional de Bali, Indonésia. A mensagem, lida por um locutor da televisão cubana, será publicada na imprensa.

Desde que cedeu a posição ao seu irmão Raul, a 31 de Julho de 2006, por causa de uma intervenção cirúrgica nos intestinos, esta é a primeira vez que o líder cubano faz menção de se retirar de vez.

Fidel Castro é actualmente dirigente do Partido Comunista Cubano, presidente do Conselho de Estado e do Conselho de Ministros, bem como chefe das Forças Armadas.

Líder cubano não deixará de ser político

Contudo, o velho dirigente apresentou a 2 de Dezembro a sua candidatura à Assembleia Nacional, que será renovada em Janeiro, um procedimento indispensável para poder ser investido nas funções de chefe de Estado.

A nova Assembleia Nacional designará, no prazo de 45 dias, os 31 membros do Conselho de Estado, a mais alta instância do poder em Cuba, presidido por Fidel Castro desde a sua instituição, em 1976. É o Conselho de Estado que, até 5 de Março de 2008, reconduzirá ou não Fidel Castro.

Depreende-se da mensagem de Fidel que não é sua intenção ficar retirado de qualquer intervenção política, até porque, segundo escreveu «os revolucionários nunca se retiram».
Continue a ler esta notícia

Relacionados