Macaco tem genes parecidos aos humanos - TVI

Macaco tem genes parecidos aos humanos

  • Portugal Diário
  • 13 abr 2007, 18:29

Descoberta pode constituir um avanço no tratamento de doenças

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Uma equipa internacional de cientistas descodificou a sequência do genoma do macaco rhesus, um avanço que poderá ajudar a compreender algumas doenças do ser humano, incluindo a sida, já que ambos partilham 93 por cento dos genes, noticia a agência Lusa.

A análise da sequência genética revela que esses primatas compartilham com os chimpanzés e o ser humano 97,5 por cento do ADN, mas têm alguns genes muito diferentes, assinalam os cientistas numa série de artigos publicados, esta sexta-feira, na revista Science.

Este é o terceiro genoma de um animal primata sequenciado, depois do humano e do chimpanzé, tendo os resultados permitido concluir que entre os três as semelhanças genéticas são de 97,5 por cento, uma percentagem que baixa para 93 por cento se se comparar apenas o macaco com o Homem.

«A sequência do genoma do macaco rhesus, juntamente com os do homem e do chimpanzé, dá-nos outro instrumento para impulsionar o nosso conhecimento da biologia humana», disse Francis Collins, do Instituto Nacional de Investigações do Genoma Humano, um dos organismos que participam na investigação.

Pistas sobre a evolução do homem

A sequência do genoma humano em 2001 proporcionou muitas pistas sobre a evolução do homem, mas na altura os cientistas consideraram que conseguir a de outro primata seria útil para fazer comparações.

Em 2005, a sequência do chimpanzé permitiu determinar quais os genes compartilhados por ambas as espécies desde que se separaram em termos evolutivos, há seis milhões de anos.

A análise de ambos os genomas estabeleceu que são 99 por cento semelhantes, o que constituiu um grande avanço científico na medida em que, conforme salientou na altura o especialista em genética Carolino Monteiro, «sendo o modelo animal mais próximo do Homem, tem mais zonas de semelhança que, se demonstrarem doenças comparáveis ao humano, podem ser trabalhadas em laboratório para se compreender as doenças e como curá-las».

Quanto ao macaco rhesus, é um parente mais antigo do homem, tendo a separação evolutiva dos dois ocorrido há cerca de 25 milhões de anos.

Segundo Richard Gibbs, director do Centro de Sequência do Genoma Humano, do Colégio Baylor de Medicina, a descoberta de que o macaco está mais longe na evolução do que o chimpanzé proporciona um bom contraste para a comparação dos três genomas.

Por outro lado, segundo os mesmos especialistas, o genoma do macaco ajuda os cientistas a explicar de que forma o homem se diferencia de outros primatas.

«Permite-nos aprender o que se juntou ou o que foi eliminado na evolução dos primatas, desde o macaco, passando pelo chimpanzé até ao homem», disse Gibbs.
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