Neo-zelandês demite-se da FIFA - TVI

Neo-zelandês demite-se da FIFA

Depois da controvérsia na votação para o Mundial 2006 Primeiro explicou-se, depois demitiu-se. O homem que ao abster-se deu o Mundial-2006 à Alemanha já não pertence à FIFA. É a primeira vítima de uma história mal contada.

O representante da Oceania no comité executivo da FIFA, Charles Dempsey, que foi decisivo na atribuição do Campeonato do Mundo de 2006 à Alemanha, ao abster-se na votação, vai abandonar o seu posto em Setembro. 

A Oceania tinha decidido apoiar a candidatura da África do Sul, mas quando chegou a hora da votação Dempsey absteve-se, alegando mais tardes «pressões insuportáveis». Com o voto do neo-zelandês, a Alemanha acabou por ganhar o Mundial por 12-11, quando em caso de empate é quase certo que o voto de qualidade do presidente da FIFA daria o primeiro Campeonato do Mundo ao continente africano. 

Dempsey foi prontamente criticado por autoridades do australianas e neo-zelandesas e hoje a Confederação de Futebol da Oceania (CFO) reuniu-se para apreciar o comportamento do seu representante. 

Segundo o próprio Dempsey, a CFO aceitou as suas razões para não ter seguido as ordens de votar na África do Sul, mas os acontecimentos dos últimos dias fizeram-no decidir abandonar o Comité Executivo da FIFA em Setembro. «Eles aprovaram as explicações que dei para o que aconteceu em Zurique, mas depois de todas as condiderações e a pressão dos últimos três dias decidi retirar-me no final de Setembro.» 

As razões apresentadas por Johnny Tinsley Lulu, vice-presidente da CFO, para a saída de Dempsey são outras. Segundo o dirigente de Vanuatu, os membros da CFO estão muito descontentes com o que aconteceu e não ficaram satisfeitos com as explicações de Dempsey, pelo que se este não se tivesse demitido teria saído na mesma. 

«A decisão teria sido de o afastar. Na minha opinião, quando um director executivo recebe uma ordem tem de a cumprir», acrescentou Sahu Khan, o representantes das Ilhas Fiji na CFO. 

Basil Scarsella, presidente da Federação Australiana de Futebol, considerou que foi tomada a decisão correcta na reunião de quatro horas e meia, que permitiu a Dempsey, de 78 anos, retirar-se «com alguma da dignidade que merece». O presidentes da Federação australiana admite agora suceder a Charles Dempsey na presidência da CFO. «A Austrália deve ter um papel de liderança na Oceania», frisou ontem. 

A CFO vai escolher o substituto de Charles Dempsey num congresso extraordinário a realizar em Sidney, antes da final do torneio olímpico de futebol, no final de Setembro. 

Votação não será repetida 

A votação que deu a organização do Campeonato do Mundo à Alemanha não será repetida, garantiu Andreas Herren, porta-voz da FIFA. «O voto mantem-se, não está em discussão», garantiu. 

Charles Dempsey mencionara tentativas de suborno e ameaças de morte para não votar na África do Sul, mas a FIFA, num comunicado de sexta-feira, desmentiu essas ameaças, confirmando que o neo-zelandês recebera apenas uma carta, enviada pela revista satírica alemã Titanic. Segundo esse comunicado, Dempsey comentou com o Comité Executivo que estava sob «grandes pressões», mas nunca se referiu a ameaças de morte. 

Meios de comunicação neo-zelandeses avançam que, antes da votação da última quinta-feira em Zurique, Charles Dempsey já procurara permissão junto dos delegados da CFO (através da sua filha Josephine King, que é também secretária-geral da CFO) para que as suas instruções fossem canceladas e para que pudess escolher livremente que candidatura apoiar.

Continue a ler esta notícia