Pré-mastigação pode transmitir Sida - TVI

Pré-mastigação pode transmitir Sida

  • Portugal Diário
  • 7 fev 2008, 08:55
Dia Mundial da Sida (Foto Lusa/EPA)

Prática comum em países pobres pode originar transmissão da doença de mães para filhos

Relacionados
O vírus que causa a SIDA pode ser transmitido através da pré-mastigação da comida das crianças feita pelas mães, uma prática muito comum nos países mais pobres, diz, pela primeira vez, um relatório oficial de saúde, informa a Lusa.

Três casos foram detectados nos Estados Unidos entre os anos de 1993 e 2004, disseram quarta-feira cientistas governamentais durante uma conferência científica em Boston.

É o sangue e não a saliva que transporta o vírus e, pelo menos em dois dos casos, as mães infectadas tinham as gengivas ou a boca inflamada, de acordo com investigadores americanos do Centro para o Controle e Prevenção de Doenças.

Aqueles cientistas salientam que são necessários mais estudos mas pedem aos pais e encarregados portadores do vírus HIV para não mastigarem a comida das crianças e para tentarem elucidar os médicos acerca deste tipo de transmissão.

Alga do Brasil pode ajudar a combater HIV

SIDA: jovens não ligam a campanhas

Os investigadores acreditam que a transmissão através da pré-mastigação é rara nos EUA, onde este tipo de comportamento não é comum, ao contrário dos países mais pobres onde as mães o fazem por não ter acesso à comida para bebés ou a meios de triturar os alimentos.

O primeiro caso detectado foi em 1993 de uma criança afro-americana de 15 meses, cuja tia-avó, estava infectada e lhe mastigou a comida até aos 9 meses.

Estudos anteriores relacionam a pré-mastigação à propagação de outras doenças incluindo a «Helicobacter Pylori», uma bactéria que infecta o revestimento mucoso do estômago humano, conclusões que necessitam de ser confirmadas.

«Nos países em desenvolvimento, onde não existem outras opções alimentares, qualquer campanha contra a pré-mastigação poderá ser nutricionalmente prejudicial», disse Kimberly Hagen no Centro Emory para a investigação do HIV em Atlanta.
Continue a ler esta notícia

Relacionados