Fluxos de ilegais «não estão a aumentar de forma alarmante» - TVI

Fluxos de ilegais «não estão a aumentar de forma alarmante»

Tenerife

Relatório mostra que marroquinos são mais dos que os imigrantes de todos os outros países africanos

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A imigração ilegal da África Ocidental com destino ao Magreb e UE não está a aumentar de forma alarmante, sendo o número de imigrantes subsaarianos que entram na Europa ultrapassado pelas pessoas do Norte da África e Leste europeu.

Estas são algumas das principais conclusões do último relatório da Organização Internacional para as Migrações (OIM) «Irregular Migration from West Africa to the Maghreb and the European Union: An Overview on Recent Trends» (Migrações irregulares da África Ocidental ao Magreb e a União Europeia: Uma perspectiva sobre as tendências recentes), divulgado esta semana, e que pretende «acabar com alguns mitos» sobre o fenómeno actual da imigração.

De acordo com o documento, da autoria do investigador Hein de Haas, «não há provas» de que o número de imigrantes ilegais da África Ocidental que se dirigem a região do Magreb, considerada porta de entrada para Europa, e território europeu «esteja a aumentar de forma alarmante».

«Apesar de nos últimos 15 anos se ter registado um aumento inegável da imigração legal e ilegal da África Ocidental para o Magreb e para a Europa, os fluxos migratórios para a Europa via África Subsaariana e Mediterrâneo não são tão grandes como actualmente se pensa», lê-se no relatório.

Dezenas de milhares de imigrantes

O documento salienta também que o número de imigrantes subsaarianos que chegaram aos principais países europeus de destino (cerca de 800 mil registados), contra os 2,6 milhões de imigrantes do Norte de África, permanece «relativamente baixo», quando comparado «com os fluxos migratórios do Norte da África e Leste europeu».

«Os imigrantes marroquinos ultrapassam em número todos os imigrantes da África Ocidental na Europa», sublinha o relatório.

Relativamente a outros estereótipos sobre imigração ilegal, o documento salienta que são «dezenas de milhares» e «não centenas de milhares» os imigrantes ilegais que cada ano entram em território europeu, e que sempre que possível, estas pessoas evitam arriscar a suas vidas através de viagens em alto-mar, utilizando métodos de imigração mais seguros ou utilizando vistos provisórios, que depois deixam caducar.

O relatório da OIM considera ainda que os esforços da UE para aumentar e externalizar o controlo das fronteiras no Norte da África e África Ocidental tem vindo a provocar «uma crescente violação dos direitos dos migrantes» e uma «diversificação das rotas marítimas e terrestres de tráfico de seres humanos».
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