Crianças são usadas como escudos humanos na Síria - TVI

Crianças são usadas como escudos humanos na Síria

Até quando, Síria?!

Relatório das Nações Unidas coloca a Síria e grupos armados como a shabiha na lista de países que abusam das crianças

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As crianças sírias são usadas como escudos humanos, aponta um relatório das Nações Unidas. Pela primeira vez, as forças governamentais sírias e a milícia shabiha foram colocadas numa lista de 52 Governos e grupos armados que recrutam, matam ou atacam sexualmente crianças em conflitos armados.

No relatório anual sobre crianças e conflitos armados da ONU, divulgado na segunda-feira, voltam a constar os nomes de 32 grupos, incluindo sete forças de segurança governamentais, que têm estado na lista, pelo menos, nos últimos cinco anos.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, manifesta no relatório a sua preocupação perante o «número inaceitavelmente elevado e crescente» de abusadores de crianças a longo prazo.

Uma representante das nações Unidas, Radhika Coomaraswamy, disse à BBC que a equipa de observadores regressou da Síria com relatos «horríficos». Naõ só as crianças não eram resguardadas do conflito, como até eram alvos no conflito armado que opõe forças do regime ao Exército Livre Sírio.

«Muitos antigos soldados referiram tiroteios em zonas civis, tendo visto crianças, crianças pequenas, serem mortas e mutiladas», disse Radhika Coomaraswamy, que acrescentou terem sido encontradas várias crianças com marcas corporais de tortura. «Também ouvimos falar de crianças ¿ e isto foi-nos contado por crianças - que são colocadas em cima de tanques e que estão a ser usadas como escudos humanos para que não haja disparos contra estes tanques».

A representante da ONU apontou também o dedo ao Exército Livre Sírio por coloca crianças em risco. «Pela primeira vez ouvimos falar de crianças que estão a ser recrutadas pelo Exército Livre Sírio sobretudo para trabalhos médicos e serviços na linha da frente».

Acesso a Al-Heffa

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, exigiu segunda-feira o acesso da organização à cidade síria de Al-Heffa perante o que classifica como uma «intensificação perigos» do conflito naquele país.

Em comunicado, Ban Ki-moon constata que as «operações militares intensivas» das forças governamentais sírias contra Homs e os ataques com helicópteros contra outras cidades causaram grandes baixas entre civis.

Residentes e ativistas alegam que helicópteros do Governo sírio bombardearam posições rebeldes em Al-Heffa, cidade com cerca de 30 mil habitantes na fronteira com a Turquia, e que tanques estão estacionados nos arredores.

Receita milagrosa

Não há solução à vista para o conflito. O Secretário norte-americano da Defesa, Leon Panetta, afirmou não haver uma «receita milagrosa» para resolver a situação «trágica e complexa» na Síria.

«A situação na Síria é incrivelmente complexa e trágica. Não há uma receita milagrosa», declarou Panetta num discurso proferido perante o Conselho Americano-Turco, um grupo de reflexão dedicado ao fortalecimento das relações entre Washington e Ancara.

O Secretário da Defesa dos EUA acrescentou na ocasião que o presidente sírio Bashar al-Assad levou a cabo «violências escandalosas».
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