Vaticano rejeita acusações «caluniosas» ao novo Papa - TVI

Vaticano rejeita acusações «caluniosas» ao novo Papa

Acusações prendem-se com alegada conivência com ditadura argentina. Imagem de papa simples ganha força

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O Vaticano rejeitou esta sexta-feira as acusações «caluniosas e difamatórias» segundo as quais o Papa Francisco foi conivente com a repressiva junta militar que governou a Argentina, atribuindo-as à «esquerda anticlerical».

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O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, leu esta sexta-feira um comunicado em que se considera que as acusações devem «ser rejeitadas» porque fazem parte de uma campanha «da esquerda anticlerical para atacar a Igreja».

Lombardi salientou que antes de ser Papa, o cardeal Jorge Bergoglio nunca foi formalmente acusado, foi «interrogado pela justiça argentina enquanto conhecedor de certos factos, mas nunca foi acusado de nada».

Segundo o porta-voz, «pelo contrário, há provas de que fez muito para proteger as pessoas durante a ditadura». A seguir à eleição de Bergoglio como sucessor de Bento XVI, os seus detratores lembraram o seu alegado papel no desaparecimento de dois missionários jesuítas - ordem que dirigia - em 1976, que foram presos e torturados por ordem da junta militar liderada por Jorge Videla, presidente entre 1976 e 1981.

Federico Lombardi lembrou que um dos dois padres jesuítas, que alegadamente Bergoglio não protegeu, disse nos últimos dias, a um jornal alemão, que os três rezaram uma missa em conjunto, quando o papa era bispo de Buenos Aires, «numa manifestação pública de paz e harmonia».

Lombardi esclareceu ainda outras notícias da imprensa desta sexta-feira. Nomeadamente, a informação de que o papa Francisco já tinha criado um novo cardeal, o italiano Lorenzo Baldisseri.

«É uma informação falsa e infundada. Os secretários do conclave não são cardeais. Por agora, não foi aumentado o número de cardeais», disse o porta-voz, confirmando também que o papa Francisco ainda não tem um secretário pessoal.

Francisco, o papa simples

Padre Lombardi assumiu ainda o que muitos dizem já na imprensa e que parece ser o intuito da Igreja: o novo estilo de simplicidade do papa Francisco. «A referência aos cardeais é feita como «irmãos cardeais» e não como «senhores cardeais», sublinhou. Outro exemplo da simplicidade do novo papa, descrita pelo porta-voz, é o facto de quando vai jantar não procurar um lugar reservado, mas apenas um lugar livre.

Lombardi relembrou ainda o episódio do pagamento da conta do hotel onde esteve instalado em Roma, antes de ser proclamado papa, para dizer que Francisco cumprimentou todos os funcionários e que «muitos choraram de emoção».

Na audiência desta sexta-feira, um dos cardeais ofereceu uma pulseira ao papa Francisco que a colocou de imediato. Também esta manhã, o papa Francisco fez uma pequena homilia espontânea junto dos cardeais que com ele quiserem celebrar a missa.

Por fim, Lombardi explicou uma última polémica dos últimos dias. O papa Francisco ligou para a Argentina solicitando aos fiéis que não viessem à missa de inauguração do pontificado, que irá ter lugar na próxima terça-feira. O porta-voz do Vaticano explicou que o papa não proibiu a viagem, apenas lembrou que não era necessária a deslocação e que o dinheiro poderia ser usado num ato de solidariedade, como uma doação aos pobres.
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