O ministro da Transparência, Fiscalização e Controle do Brasil, Fabiano Silveira, que aparece a criticar a Operação "Lava Jato" em escutas telefónicas, pediu esta segunda-feira a demissão, confirmou à agência Lusa fonte da Presidência brasileira.
A decisão foi oficializada com o envio de uma carta ao presidente interino, Michel Temer. No documento, e segundo o jornal Folha de São Paulo, Fabiano Silveira afirmou que optou pela demissão para que "nada atinja" a sua conduta
As gravações em causa, divulgadas pela imprensa brasileira no domingo, mostram o ministro a criticar o trabalho da Procuradoria-Geral da República na Operação "Lava Jato", que investiga um esquema de corrupção que envolve dezenas de políticos e várias empresas, incluindo a petrolífera estatal Petrobras.
Fabiano Silveira, na altura conselheiro do Conselho Nacional de Justiça, dá conselhos aos investigados numa conversa com o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o ex-presidente da Transpetro (empresa subsidiária da Petrobras), Sérgio Machado.
Esta é a segunda baixa no governo de Michel Temer, que assumiu o poder após a destituição de Dilma Rousseff.
Romero Jucá, que tinha assumido a pasta do Planeamento, foi demitido na semana passada. Na origem da demissão também estiveram escutas sobre a operação Lava Jato. Nas gravações, Jucá surge em conversa com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, afirmando que a mudança no Governo possibilitaria um pacto para travar a Operação "Lava Jato".