Governo sírio está a usar milícias para homicídios em massa

O governo sírio está aparentemente a usar milícias locais, denominadas como comitês populares, para cometer massacres. Conclusões de um trabalho dos investigadores de direitos humanos da ONU.

«Numa tendência preocupante e perigosa, assassinatos em massa supostamente perpetrados pelos comitês populares têm, por vezes, tomado tons sectários», disse a comissão de inquérito da ONU sobre a Síria, liderada pelo brasileiro Paulo Pinheiro, aqui citada pela Reuters, no último relatório ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, a Suíça.

O relatório prossegue dizendo que ambos os lados cometeram violações contra civis. Segundo os investigadores, que citam relatos de testemunhas e vítimas, as pessoas estavam a ser perseguidas ou presas pelos comitês porque são de regiões consideradas como apoiantes dos rebeldes.

As forças rebeldes executam com frequência soldados sírios e milicianos capturados, e criaram centros de detenção em Homs e Aleppo, acrescenta o relatório, onde ainda se pode ler que os corpos dos mortos em massacres foram queimados ou jogados em rios, escreve a Reuters.

Relatório que está a dominar os trabalhos do Conselho dos Direitos Humanos da ONU. O embaixador da Síria, Faysal Khabbaz Hamoui, ouvido no Conselho, contesta o relatório e nega as suas conclusões. Diz que a investigação foi realizada com base em «informações parciais a partir de fontes não credíveis», cita a Reuters. O diplomata deixa ainda críticas ao Qatar e à Turquia, acusando os dois países de «apoiarem o terrorismo» na Síria.