Um sismo de magnitude 7.2 na escala de Richter foi registado às 08:29 deste sábado (13:29 em Lisboa) na região oeste do Haiti, avançou o Centro Geológico dos Estados Unidos (USGS).
Segundo a AFP, que cita a Proteção Civil do Haiti, há já 304 vítimas mortais confirmadas, mas o número deverá aumentar nas próximas horas. O número de casas e prédios que ruiram é grande. Tal como há já registo de um elevado número de feridos, apesar de nenhum valor ter sido avançado.
O primeiro-ministro, Ariel Henry, afirma que a situação é "dramática" e apela à colaboração de todos. Henry confirma que o sismo provocou "vários mortos" e "estragos enormes":
Je fais appel à l’esprit de solidarité et d’engagement de tous les Haitiennes et Haïtiens, en vue de faire front commun pour affronter cette situation dramatique que nous vivons actuellement.
L’Union fait la force.#Haïti
— Dr Ariel Henry (@DrArielHenry) August 14, 2021
Pouco tempo depois, Ariel Henry acrescentou ainda que ia declarar o "estado de emergência" no país.
Nous allons prendre les dispositions nécessaires pr assister les personnes touchées par le séisme dans la Presqu’île du Sud. Nous devons faire montre de beaucoup de solidarité par rapport à l’urgence. Le gouvernement va déclarer l’état d'urgence. Nous allons agir dans la célérité
— Dr Ariel Henry (@DrArielHenry) August 14, 2021
"O mais importante agora é resgatar o maior número de sobreviventes", disse o primeiro-ministro, revelando que os hospitais, sobretudo o de Les Cayes, estão a ficar sobrelotados com feridos.
De acordo com o último balanço divulgado pela Proteção Civil na rede social Twitter, pelo menos 300 pessoas morreram, mais de metade das quais no sul do país, e há “centenas de feridos e desaparecidos”.
“As primeiras intervenções, realizadas tanto pelas equipas de salvamento profissionais, como pelos membros da população, permitiram retirar muitas pessoas dos escombros. Os hospitais continuam a receber feridos”, acrescentou a Proteção Civil haitiana.
Sismo ocorreu a 150 quilómetros de Port-au-Prince
O abalo ocorreu a oito quilómetros da cidade de Petit Trou de Nippes, a cerca de 150 quilómetros da capital Port-au-Prince, e a uma profundidade de 10 quilómetros.
Felt #earthquake (#séisme #TremblementDeTerre) M7.2 strikes 119 km W of #Port-au-Prince (#Haiti) 32 min ago. Please report to: https://t.co/oyDwhqBA6O pic.twitter.com/b5AZbvbHvX
— EMSC (@LastQuake) August 14, 2021
O USGS emitiu um alerta de risco de tsunami, entretanto levantado, e considerou "provável" que o terramoto provoque "um elevado número de vítimas", para além de danos materiais "significativos".
O diretor da Proteção Civil, Jerry Chandler, confirmou pouco tempo depois à AFP que o poderoso sismo tinha causado vários mortos. “Há mortos", confirmou, "mas ainda não tenho um balanço preciso”, disse Chandler.
O sismo foi sentido também na República Dominicana, que divide com o Haiti a ilha caribenha de Hispaniola.
A agência geológica associou ao sismo um alerta vermelho na sua escala de danos humanos, o que significa que “é provável que haja um elevado número de vítimas e é provável que o desastre afete uma zona extensa”, indicou, na sua página da internet.
“No passado, outros eventos com este nível de alerta exigiram uma resposta de nível nacional e internacional”, advertiu ainda.
EUA garantem auxílio "imediato"
O presidente norte-americno Joe Biden já autorizou uma operação de auxílio "imediato" ao Haiti.
Biden “autorizou uma resposta norte-americana imediata e encarregou a diretora da Agência Norte-Americana de Ajuda Internacional (USAID), Samantha Powers, de coordenar esses esforços”, disse à imprensa um responsável da Casa Branca que solicitou o anonimato.
A Casa Branca não especificou em que consistirá essa ajuda e não esclareceu se enviará imediatamente algum tipo de assistência para o país caribenho que divide com a República Dominicana a ilha de Hispaniola e que é o mais pobre do continente americano.
Segundo Joe Biden, a equipa "apoiará os esforços para quantificar os danos e salvar aqueles que foram feridos" e ajudará "aqueles que agora têm de reconstruir".
Os Estados Unidos continuam a ser um amigo próximo do povo do Haiti e estaremos lá em resposta a esta tragédia”, acrescentou.
Também o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, expressou a sua solidariedade “e a de todo o povo espanhol” ao Haiti devido ao grave sismo hoje sofrido, numa mensagem publicada na sua conta oficial da rede social Twitter, na qual acrescentou: “Contais com o apoio de Espanha para seguir em frente após este terrível acontecimento”.
O terramoto de hoje teve uma intensidade ligeiramente superior ao sismo que em janeiro de 2010, com 7 graus de magnitude, fez 300.000 mortos, cerca de 300.000 feridos e 1,5 milhões de afetados no Haiti.