Droga: é preciso um «diálogo constante» - TVI

Droga: é preciso um «diálogo constante»

  • Portugal Diário
  • 18 set 2007, 17:17

Para que exista uma política eficaz a nível nacional e europeu

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A criação de uma política de droga eficaz a nível nacional e europeu passa por um «diálogo constante» entre profissionais e decisores políticos e pela reavaliação frequente das medidas implementadas, disse esta terça-feira um responsável do Ministério da Saúde alemão, noticia a Lusa.

«Para que exista uma política de droga eficaz, tanto a nível nacional como a nível europeu, é fundamental que se estabeleça um diálogo constante entre profissionais e decisores políticos e que se avalie constantemente como é que as medidas implementadas se encontram a atingir os objectivos pretendidos», avançou Werner Sipp, responsável pela avaliação dos programas na área das drogas do Ministério da Saúde alemão.

O responsável salientou assim a importância que a «discussão, partilha de boas práticas, experiências e resultados em matéria de droga tem para o combate a este flagelo».

«Em matéria de droga há inúmeros objectivos que devem ser atingidos»

A Alemanha foi dos primeiros países a ter salas de injecção medicamente assistida (conhecidas por salas de chuto), tendo a primeira sido criada em Frankfurt em 1994.

«A criação destes estabelecimentos aumentou especialmente nos anos 90 e actualmente existem cerca de 23 salas de injecção medicamente assistidas em toda a Alemanha», explicou Werner Sipp.

«Em matéria de droga há inúmeros objectivos que devem ser atingidos, uma vez que se trata de um problema bastante complexo com variáveis diferentes que devem ser tomadas em conta», afirmou o responsável.

Não se pode combater o flagelo das drogas sem «antes perceber como é que se faz uma avaliação das medidas implementadas, quem deve fazer uma avaliação e o que é que pode ser feito através desta», concluiu.

«Acho fundamental que a presidência portuguesa da UE promova este tipo de iniciativas e de continuidade ao que também já foi feito na anterior presidência alemã da UE», frisou Werner Sipp.

«No tema das drogas temos que somar e não subtrair esforços»

A política de combate às drogas em Espanha registou nas últimas décadas um consenso político generalizado que permitiu implementar programas pioneiros e consolidar a estratégia nacional, afirmou Carmen Moya Garcia, responsável da Delegação para o Plano Nacional sobre as Drogas.

Carmen Moya Garcia considerou essa capacidade de «gerar consensos» em torno a esta matéria, «muito positivo» para a implementação dos programas e estratégias nacionais.

«No tema das drogas temos que somar e não subtrair esforços. Temos que chegar a acordos, impulsionar estratégias comuns. Isso permitiu que em Espanha se tenham implementado programas pioneiros nesta matéria», afirmou.

Para a Delegada do Governo espanhol para o Plano Nacional sobre Drogas, um dos exemplos do consenso é a comissão mista que reúne todos os partidos políticos representados no Congresso e no Senado espanhóis, o que permitiu avançar com vários programas no combate ao consumo de droga.



São exemplos destes programas a criação do «Fundo de Bens Confiscados aos Narcotraficantes», e o programa de distribuição de seringas nas cadeias espanholas, que Carmen Moya Garcia considera um sucesso e que inicialmente pretendeu responder ao elevado consumo de heroína nas cadeias do país.
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