Cuba: Raúl Castro quer limitar mandatos

O presidente de Cuba propôs este sábado limitar os mandatos dos principais cargos políticos e estatais num máximo de dez anos.

«Chegámos à conclusão de que é recomendável limitar a um máximo de dois períodos consecutivos de cinco anos o desempenho de cargos políticos e estatais fundamentais», disse Raúl Castro, durante o VI Congresso do Partido Comunista Cubano, citado pela Reuters.

O presidente cubano acusou também os Estados Unidos de intensificarem o embargo económico contra a ilha, admitindo aceitar «o desafio de manter uma relação normal» com base no respeito e não ingerência nos assuntos internos do país.

Raúl Castro disse que a administração de Barack Obama «não mudou a sua política tradicional destinada a desacreditar e derrubar a revolução, pelo contrário, continuou com o financiamento de projectos para promover directamente a subversão, provocar a desestabilização e interferir nos assuntos internos» da ilha.

O irmão de Fidel anunciou ainda que o «processo de libertação dos presos contra-revolucionários», acordado com a mediação da Igreja Católica, está concluído, advertindo os oposicionistas que as praças e ruas são dos «patriotas».

Ao salientar que os presos políticos «foram libertados sem terem cumprido totalmente as sanções», Raúl Castro considerou que o governo cubano «poderia tê-lo feito directamente e ficar com o mérito, mas fê-lo no quadro de um diálogo de respeito mútuo, lealdade e transparência com a alta hierarquia da Igreja Católica, que contribuiu, com o seu trabalho humanitário, para que esta acção fosse concluída em harmonia e cujos louros, em todo o caso, correspondem a essa instituição religiosa», disse.

Raúl Castro falava na sessão inaugural do VI Congresso do Partido Comunista Cubano, que se iniciou sábado no Palácio das Convenções de La Havana e decorrerá até 19 de Abril, tendo feito um longo discurso centrado na aprovação de mudanças nas políticas económicas do regime cubano.