Militares do Sudão violaram 221 mulheres e raparigas - TVI

Militares do Sudão violaram 221 mulheres e raparigas

Sudão [Foto: Reuters]

Human Rights Watch denuncia violação em massa, que pode constituir um crime contra a humanidade

A organização de direitos humanos Human Rights Watch acusou as forças armadas do Sudão de terem violado pelo menos 221 mulheres e raparigas durante três dias, no ano passado, no Darfur.
 
Segundo o relatório da Human Rights Watch, divulgado esta quarta-feira, o ataque ocorreu entre os dias 30 de outubro e 1 de novembro, na cidade de Tabit. Os soldados entraram «casa a casa», «saquearam os bens, prenderam os homens, espancaram os residentes e violaram as mulheres e raparigas».
 
Dois desertores do exército sudanês garantiram a esta organização que a ordem para violar as mulheres foi dada pelos seus superiores hierárquicos das forças armadas.
 
«A violação em massa de mulheres e raparigas em Tabit pode constituir um crime contra a humanidade», denuncia a organização.
 
Uma mulher de cerca de 40 anos contou à Human Rights Watch que foi violada ao lado das suas três filhas, duas delas com menos de 11 anos.
 

«Imediatamente a seguir a entrarem, eles disseram: “Mataste o nosso homem. Vamos mostrar-te o verdadeiro inferno”. Depois começaram a bater-nos. Violaram-me a mim e às minhas três filhas. Uns seguravam numa rapariga enquanto outro a violava».

 
A Human Rights Watch garante que tem 27 casos de violação documentados e informação credível em mais 194. Todas as 221 vítimas estão identificadas. 
 
O porta-voz do exército sudanês negou as acusações, considerando-as «totalmente erradas».
 
«As acusações são uma reação ao pedido do governo do Sudão para que a UNAMID [missão humanitária das Nações Unidas e da União Africana] saia do país», afirmou Alswarmi Khalid à Reuters, acrescentando que esta é uma forma de «pressionar» o governo a deixar ficar a UNAMID, que se encontra no país desde 2007.
 
A UNAMID foi proibida de deslocar-se a Tabit para investigar a violação em massa. A Human Rights Watch também não conseguiu ir ao local, mas fez entrevistas por telefone.
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