O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, considera «ilegítimo» o resultado da segunda volta das presidenciais no Zimbabué, que deram uma «vitória arrasadora» a Robert Mugabe, segundo disse o próprio.
O líder da ONU considerou que o resultado das presidenciais no Zimbabué é «ilegítimo» porque não reflecte a vontade do povo do país.
Ban Ki-moon, que se encontra em Tóquio, incitou Mugabe e o líder da oposição, Morgan Tsvangirai, a negociarem uma «solução política que acabe com a violência e intimidação».
Ban diz ainda que repetiu «várias vezes» que não estavam criadas condições para «uma eleição livre e justa», e que, por isso, a eleição não representa a «verdadeira vontade do povo».
União Africana sem comentários à eleição
O Conselho para a Paz e Segurança (CPS) da União Africana reuniu-se durante horas no Domingo para debater a situação no Zimbabué, mas não conseguiu pronunciar-se sobre a crise eleitoral que embaraça a organização.
Após mais de três horas de reunião em Charm el-Cheikh, uma estância balnear egípcia, o CPS - órgão encarregado da prevenção e gestão de conflitos - decidiu reenviar o dossier Zimbabué à conferência de chefes de Estado e de governo que começa esta segunda-feira.
«Houve uma troca de impressões sobre a questão do Zimbabué», declarou aos jornalistas El Ghassim Wane, porta-voz da União Africana: «para o Conselho, tratou-se simplesmente de se inteirar dos últimos acontecimentos naquele país, tendo em conta que haverá certamente uma discussão sobre o Zimbabué ao nível dos chefes de Estado e que se houver uma decisão a tomar, será tomada pela conferência dos membros da União».
A reunião de Domingo do CPS começou pouco depois da proclamação oficial dos resultados eleitorais e da tomada de posse do presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, uma reeleição que a União Africana está a ser pressionada para não reconhecer.
Mugabe na cimeira
O presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, chegou esta segunda-feira a Charm el-Cheik para participar na 11ª cimeira dos chefes de Estado e de governo da União Africana (UA).
Durante esta cimeira, de dois dias, os líderes africanos deverão debater a crise política no Zimbabué.
Robert Mugabe entrou na sala da cimeira acompanhado por vários pares, incluindo o anfitrião do encontro, o presidente egípcio, Hosni Mubarak, segundo as imagens transmitidas no exterior do palácio de congressos.
Alguns líderes africanos têm-se mostrado renitentes em criticar Mugabe e têm apenas apelado para o diálogo entre o presidente e a oposição.
Actualizada às 9h49
Um problema chamado Mugabe
- Redação
- PO
- 30 jun 2008, 07:26
Zimbabué: Ban Ki-moon considera «ilegítimo» resultado de Mugabe. União Africana ainda não produziu qualquer comentário sobre as eleições. Cimeira dos líderes africanos começou com a presença de Mugabe
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