Angola tem mais recursos naturais para além do petróleo - TVI

Angola tem mais recursos naturais para além do petróleo

Petróleo

O ministro das Finanças angolano afirmou que Angola possui outros recursos naturais além do petróleo.

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O ministro angolano das Finanças, José Pedro Morais, afirmou hoje, em Luanda, que Angola possui outros recursos naturais além do petróleo, destacando ainda a importância da posição geoestratégica do país na África Austral.

«Angola, além do petróleo, dispõe de outros importantes recursos naturais e factores de produção ainda por explorar, tais como as imensas extensões de terras aráveis, as importantes reservas de minerais sólidos, o potencial hidroeléctrico, as pescas, os parques naturais e turísticos e uma abundante força de trabalho», afirmou o ministro.

José Pedro Morais, que discursava no encerramento do VI Encontro da Associação de Economistas de Língua Portuguesa (AELP), rejeitou desta forma o argumento de que Angola se encontra na mesma situação que os países do deserto, que não possuem outros recursos naturais além do petróleo.

Na sua intervenção, o ministro salientou ainda a «posição estratégica» de Angola na região da África Austral, que permite «uma rápida integração» com os principais mercados do Atlântico e do Índico, o que passa, no entanto, pela reabilitação das redes ferroviárias nacionais.

Nessa perspectiva, José Pedro Morais defendeu que «não se justifica que as receitas cambiais oriundas da alta do preço do petróleo sejam acumuladas em excesso em contas no exterior, em níveis muito superiores ao piso de segurança das reservas internacionais líquidas».

Para o ministro, a acumulação excessiva daquelas reservas resultaram de «um infundado temor e de um diagnóstico errado de que o processo de empobrecimento das populações teria resultado do «paradoxo da abundância» ou da «maldição dos recursos naturais» e não dos muitos anos de guerra e de destruição».

José Pedro Morais recordou que a situação macroeconómica de Angola conheceu «melhorias significativas" nos últimos anos, salientando a redução da taxa de inflação, o alto nível de crescimento e a redução do peso da dívida externa.

«Com recursos excepcionais de petróleo e gás, Angola está destinada a adoptar dinâmicas de crescimento que, através de um elevado ritmo de acumulação de capital e depois da expansão da produtividade, vão decididamente romper com o círculo vicioso da pobreza», defendeu.

Por seu lado, o economista português José Belbout salientou a especificidade dos problemas e do nível de desenvolvimento das economias dos países de língua portuguesa, que não apresentam «nenhum padrão de ligação entre si».

«As economias de todos os países de língua portuguesa têm problemas e níveis diferentes de desenvolvimento. Têm especificidades próprias, não existindo um padrão de ligação entre as várias economias», salientou José Belbout, docente da Universidade de Évora, Portugal.

O economista considerou que a reunião que hoje terminou em Luanda foi «um passo na consolidação de uma ideia que nasceu em 1995, em Évora, que visa congregar num espaço bianual economistas de língua portuguesa».

«Angola há muito que deveria ter organizado um encontro deste género, mas, por circunstâncias que todos conhecem, isso não foi possível. Esta reunião prova que o país começa a estabilizar e pode olhar para o futuro», frisou José Belbout.
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