Sudoeste: portugueses em grande no 3º dia do festival - TVI

Sudoeste: portugueses em grande no 3º dia do festival

David Fonseca brilhou no palco principal; Camané provou que há espaço para o fado num festival de Verão

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Será difícil escolher um único vencedor nesta terceira noite de concertos no festival Sudoeste. No dia em que os artistas portugueses e lusófonos estiveram em maioria, David Fonseca, Vanessa da Mata, Camané e Os Pontos Negros foram alguns dos nomes em destaque.

O cartaz deste sábado estava rotulado por muitos como o mais fraco desta 12ª edição do festival, mas as actuações nos vários palcos acabaram por apagar essa imagem. Logo a abrir o dia, pelas 19h30, Os Pontos Negros levaram o rock cantado na língua de Camões ao Palco Planeta Sudoeste. A banda de Queluz, que em Setembro lança o seu primeiro álbum numa major (a Universal), contou com o apoio de alguns fãs muito dedicados e deixou boas indicações, confirmando as críticas positivas que tem recebido da imprensa especializada.

Brandi Carlile homenageia Radiohead, Cash e Cohen

No Palco TMN, e já depois do arranque com os californianos Mêlée, Brandi Carlile, mais conhecida entre nós como a voz rouca e afinadamente esganiçada do anúncio da Super Bock, foi bem recebida por uma plateia desejosa de conhecer o que existe para além do hit «The Story».

O tom intimista e maioritariamente acústico pautou a actuação da cantautora norte-americana que chegou a brindar a assistência com uma versão de «Creep», original dos Radiohead, e outra de «Folsom Prison Blues», de Johnny Cash. Mais tarde, e já depois da consagração com «The Story», Brandi terminou com um delicioso «Hallelujah», canção escrita pelo mestre Leonard Cohen e interpretada por mais de uma centena de artistas em todo o mundo.

David Fonseca soma nova vitória no festival

Às 22h20, aproximadamente, foi a vez de David Fonseca levar o espectáculo itinerante de promoção do último disco ao festival que há dez anos, e por obra do acaso, deu um lugar de cabeça-de-cartaz aos Silence 4. Hoje, e dois anos depois da última passagem pelo Sudoeste, David Fonseca mostrou ser um dos mais seguros e originais artistas portugueses da actualidade, conjugando o espectáculo puro com uma qualidade de fazer inveja a muitos músicos estrangeiros.

Ciente de que muitos seriam os que já assistiram a pelo menos um concerto da digressão de «Dreams In Colour», David Fonseca fez questão de apresentar algumas novidades, como em «Rocket Man», tema durante o qual o cantor surgiu vestido de astronauta para um primeiro verso acompanhado ao órgão e em toada celestial.

Com uma mão cheia de êxitos orelhudos que convidam facilmente à dança, o músico de Leiria conquistou definitivamente os festivaleiros com a canção que o seu carteiro sabe de cor («Superstars II»), o tema que ficou aprovado por uma empregada de limpeza de Austin («Kiss Me, Oh Kiss Me») e a habitual ponte feita entre «Video Killed The Radio Star» e «The 80's».

Há lugar para o fado no Sudoeste

Estranha terá sido a inclusão de Camané no cartaz deste ano do festival. Pois o fadista, um dos melhores da nova geração, provou que há espaço no Sudoeste para o fado. Gente de todas as idades deixou a tenda do Planeta Sudoeste muito bem composta na apresentação de «Sempre de Mim». Um concerto irrepreensível.

De volta ao palco principal, Vanessa da Mata e Nitin Sawhney também marcaram pontos. A cantora brasileira, que em 2007 actuou no palco secundário, sambou e espalhou alegria e boa-disposição à sua volta. «Boa Sorte/Good Luck» foi a preferida do público, embora deixe sempre a impressão de que qualquer coisa não bate certo quando o dueto é feito com uma gravação da voz de Ben Harper.

Quanto ao maestro de guitarra acústica ao colo, Nitin Sawhney embalou os festivaleiros ao som suave e exótico das suas composições, contando com a ajuda preciosa de várias vocalistas, que, à vez, foram assumindo papel de destaque durante o concerto.

O 12º festival Sudoeste termina este domingo. A festa deverá ser feita com muito rock, desde os portugueses Tara Perdida e The Vicious Five até aos escoceses Franz Ferdinand.
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